O inverno de 1975 fez o Brasil chorar lágrimas de gelo / Foto de Ivars/Pexels
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Parecia apenas mais uma onda de frio que chegaria ao país naquele 18 de julho de 1975, mas não foi. As baixas temperaturas somadas aos ventos polares cortantes transformaram diversas cidades brasileiras em campos de batalha contra um inimigo gelado e cruel, que ceifou a vida de mais de 200 pessoas.
Cidades como Curitiba e São Joaquim, por exemplo, registraram temperaturas negativas por vários dias consecutivos. Na Grande São Paulo, segundo noticiou o jornal O Globo, já eram mais de 28 em apenas três dias. Alguns dos socorridos faleciam no hospital por condições respiratórias desfavoráveis por causa do ar gelado mortal que inalaram por longas e longas horas.
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As mobilizações visavam as pessoas em situação de rua e os animais. Grupos se formavam para recolher agasalhos, cobertores e mantas para distribuir aos mais necessitados, assim como ainda acontece hoje, mas com menos intensidade. Ou melhor, brevidade.
Centenas de vidas foram congeladas e o país viveu uma ressaca fúnebre por muitos anos depois daque que foi apelidado de "inverno da morte".
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Além das perdas humanas, a agricultura sofreu severamente com as geadas.
Plantações inteiras de café foram destruídas no Paraná e em Minas Gerais, afetando a economia e causando reflexos nos preços dos alimentos e exportações.
A chamada “geada negra”, que queima os pés de café até a raiz, obrigou muitos produtores a recomeçar do zero.
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Até hoje os meteorologistas usam a base de dados desse inverno de 1975 como parâmetro para alertas sobre ondas de frio mais ou menos intensas.