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O caso da italiana que vivia com 'depressão' até um exame revelar a verdadeira doença

Escondida por sintomas confundidos com ansiedade, a esofagite eosinofílica só foi descoberta após uma investigação detalhada no Hospital Sant'Andrea

Júlia Morgado

Publicado em 26/11/2025 às 12:34

Atualizado em 26/11/2025 às 12:39

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Exame no Hospital Sant'Andrea identificou a esofagite eosinofílica que afetava Anna, antes tratada como depressão / Freepik

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Uma mulher italiana de cerca de 50 anos, conhecida como Anna (nome fictício), era vista por todos como uma pessoa depressiva. Na realidade, sua luta era contra sintomas como dificuldade de engolir e a necessidade de beber muita água em cada refeição, até procurar ajuda de um gastroenterologista do Hospital Sant’Andrea, em Roma.

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Descoberta médica no Sant’Andrea

O jovem médico, desconfiado dos sintomas persistentes de disfagia (dificuldade de engolir) e dor no peito, submeteu Anna a uma gastroscopia — também conhecida como endoscopia digestiva alta, é um exame que usa um tubo flexível com uma câmera para visualizar o esôfago, estômago e duodeno — acompanhado de múltiplas biópsias do esôfago. 

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O diagnóstico foi claro: esofagite eosinofílica, uma doença inflamatória crônica do esôfago ligada a uma resposta imunológica anormal a alérgenos — substâncias estranhas ao corpo humano, capazes de provocar respostas alérgicas.

Antes considerada rara, a esofagite eosinofílica vem aumentando na Europa e na Itália. “O diagnóstico continua sendo difícil e muitas vezes tardio”, explica Emanuele Dilaghi, da Unidade Operativa do Hospital Sant’Andrea. Para Anna, foi um alívio saber que não era depressiva nem ansiosa, mas que sofria de uma doença específica.

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Sintomas como dor no peito e dificuldade para engolir acompanharam Anna por anos antes do diagnóstico correto/ Drazen Zigic/Freepik
Sintomas como dor no peito e dificuldade para engolir acompanharam Anna por anos antes do diagnóstico correto/ Drazen Zigic/Freepik
A avaliação detalhada de um jovem gastroenterologista no Hospital Sant'Andrea foi decisiva para identificar a esofagite eosinofílica/ Freepik
A avaliação detalhada de um jovem gastroenterologista no Hospital Sant'Andrea foi decisiva para identificar a esofagite eosinofílica/ Freepik
O Hospital Sant'Andrea, referência na Itália, registra aumento nos casos de esofagite eosinofílica e realiza estudos e workshops sobre a doença/ Lukeriver/Wikimedia Commons
O Hospital Sant'Andrea, referência na Itália, registra aumento nos casos de esofagite eosinofílica e realiza estudos e workshops sobre a doença/ Lukeriver/Wikimedia Commons

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Tratamento e monitoramento

A paciente recebeu prescrição de corticosteroides de ação tópica para reduzir a inflamação. Para a esofagite eosinofílica, podem ser adotadas diversas estratégias terapêuticas, que vão dos corticosteroides a anticorpos monoclonais e até mesmo, em casos mais graves, à dilatação esofágica.

É fundamental manter o acompanhamento em centros de referência para evitar reativações da doença. “Garantir que a doença permaneça em remissão com uma terapia consistente e direcionada é crucial”, destaca o médico.

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A importância da conscientização

O Hospital Sant’Andrea, com o apoio do professor Bruno Annibale e de outros especialistas, é um ponto de referência na Itália para essa doença. A incidência da doença está em crescimento no país, com cerca de cinco novos diagnósticos por mês no hospital romano.

No próximo dia 29 de novembro será realizado o segundo workshop “Esofagite Eosinofílica em Adultos” no Hospital Universitário do Sant’Andrea. O evento tem como objetivo melhorar a colaboração entre especialistas para diagnósticos e tratamentos mais eficazes.

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Atualmente, Anna está bem e, em agradecimento, leva pequenos presentes ao jovem médico que mudou sua vida — um gesto simples, mas significativo, vindo de alguém que superou um grande problema.

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