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Projeto Rogfast prevê o túnel subaquático mais longo e profundo do mundo e integra a modernização da rodovia E39, com impacto direto na mobilidade, na economia regional e na conexão entre cidades da costa oeste norueguesa
Túnel subaquático Rogfast, na Noruega, integra o plano de modernização da rodovia E39 e promete reduzir o tempo de deslocamento entre cidades da costa oeste do país / Reprodução X/@tut0ugh
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A Noruega está ganhando destaque no cenário internacional da engenharia com o projeto Rogfast, um túnel subaquático que promete transformar a mobilidade na costa oeste do país.
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Avaliado em cerca de US$ 2,4 bilhões, equivalente a aproximadamente R$ 12 bilhões, o empreendimento integra um amplo plano de reestruturação da infraestrutura nacional e tem como principal objetivo melhorar a conexão entre cidades separadas por fiordes e ilhas.
Com 27 quilômetros de extensão e situado a 392 metros abaixo do nível do mar, o Rogfast superará o atual recordista mundial, o túnel de Lærdal, também localizado na Noruega. A nova ligação fará parte da rodovia E39, um eixo estratégico que se estende por mais de 1.100 quilômetros, ligando Trondheim, no norte, a Kristiansand, no sul do país.
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Atualmente, percorrer todo o trajeto da E39 exige sete travessias de balsa e cerca de 21 horas de viagem. Com a conclusão do Rogfast e de outros projetos associados, a expectativa é reduzir significativamente esse tempo, tornando o deslocamento mais rápido, seguro e previsível. Apenas entre as cidades de Bergen e Stavanger, o túnel deve encurtar a viagem em aproximadamente 40 minutos.
O projeto prevê duas galerias paralelas, cada uma com duas pistas de rolamento, além de uma inovação considerada inédita em obras desse tipo: uma rotatória dupla construída a 260 metros de profundidade, que permitirá a ligação direta com a ilha de Kvitsøy. A solução foi pensada para facilitar o fluxo de veículos e garantir maior segurança aos motoristas em um ambiente extremo.
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As obras tiveram início em 2018, mas foram interrompidas no ano seguinte devido ao aumento dos custos. O projeto foi retomado em 2021, após ajustes no orçamento e no cronograma, e a previsão atual é que o túnel seja concluído até 2033. Até lá, as balsas continuarão operando e serão desativadas apenas após a entrega da nova estrutura.
Anne Brit Moen, gerente do projeto pela empresa Skanska, avaliou que a iniciativa deve beneficiar a população costeira ao ampliar o acesso a empregos, escolas e serviços públicos.
Segundo ela, o empreendimento também tende a gerar efeitos positivos na economia local, com destaque para a criação de empregos e para o fortalecimento do setor pesqueiro.
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Embora outros países também invistam em grandes túneis submersos, como o Seikan, no Japão, que liga as ilhas de Honshu e Hokkaido com 53,85 quilômetros de extensão, o Rogfast se destacará pela combinação entre profundidade e uso rodoviário contínuo.
Com a conclusão da obra, a Noruega reforçará sua posição como líder mundial em engenharia de túneis, consolidando uma tradição de soluções ousadas para superar os desafios impostos por um território marcado por fiordes, montanhas e ilhas.
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