Diário Mais

No coração gelado da Antártida, robô revela um ecossistema secreto sob o gelo

Durante expedição, pesquisadores se depararam com algo que desafia antigas ideias sobre a vida nas águas antárticas

Agência Diário

Publicado em 04/11/2025 às 14:18

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Com águas congeladas praticamente o ano todo, o mar de Weddell é um dos lugares mais inacessíveis aos seres humanos / Michael Studinger/Wikimedia Commons

Continua depois da publicidade

O Mar de Weddell Ocidental, próximo à costa da Antártida, é um dos lugares mais difíceis do mundo para navegação. 

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Suas águas permanecem quase congeladas durante todo o ano, e o fundo do mar está coberto por uma espessa camada de gelo.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Alienígena do mar? Espécie de 20 braços aparece na Antártida e intriga pesquisadores

• Submarino desaparece na Antártida após visualizar estruturas bizarras no gelo

• Antártida apresenta comportamento que pode apontar para desastre climático futuro

Para explorar essa região, foi lançada, em 2019, a Weddell Sea Expedition, uma missão equipada com tecnologia de ponta em robótica submarina. 

Entre os instrumentos utilizados estava o “Lassie”, um robô controlado remotamente capaz de alcançar partes do oceano inacessíveis aos seres humanos.

Continua depois da publicidade

Veja também que a superfície da Antártida está se 'levantando', e o Brasil pode sofrer os efeitos.

O que eles descobriram

Embora o objetivo inicial fosse encontrar os destroços do famoso navio Endurance, de Sir Ernest Shackleton, a expedição revelou uma surpresa inesperada: mais de mil ninhos de peixe, organizados de maneira meticulosa no fundo do mar.

A revelação impressionou os cientistas não apenas pela quantidade, mas também pela complexidade do arranjo dos ninhos.

Continua depois da publicidade

“Houve discussões acaloradas a bordo sobre o que poderiam ser aquelas covinhas na areia, já que eram tão nítidas e limpas, em nítido contraste com o tapete verde de fitoplâncton ao redor”, disse Russ Connelly, um dos pesquisadores, ao IFLScience.

Segundo ele, os responsáveis pela estrutura são os peixes-do-gelo (Lindbergichthys nudifrons), também conhecidos como bacalhau-amarelo – uma espécie capaz de sobreviver nas águas geladas e escuras do oceano Antártico.

Vale lembrar também que a Antártida passa por um 'verdejamento', ganha vegetação e instiga pesquisadores.

Continua depois da publicidade

Comportamento da espécie 

A disposição dos ninhos segue o que os cientistas chamam de “teoria do rebanho egoísta”. 

Nela, os ninhos centrais ficam mais protegidos contra predadores, enquanto os localizados nas bordas pertencem aos peixes maiores e mais fortes, capazes de se defender melhor.

O estudo que detalha o comportamento dos peixes-do-gelo foi publicado na revista científica Frontiers in Marine Science.

Continua depois da publicidade

Impacto ambiental da descoberta

A descoberta mostra a relevância ecológica do Mar de Weddell e desafia a antiga ideia de que essa região seria um ambiente sem vida.

Os padrões de organização dos ninhos também revelam novas pistas sobre as estratégias de adaptação dos organismos marinhos a condições extremas.

Sendo assim, as informações podem orientar futuras ações de preservação do Mar de Weddell, um dos ecossistemas mais extremos e fascinantes do planeta.

Continua depois da publicidade

Por Vitoria Estrela

TAGS :

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software