Dentro do navio, os arqueólogos encontraram cerca de 200 jarros / Reprodução/Facebook Drassm
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Uma expedição de rotina no sudeste da França acabou revelando um impressionante vestígio do passado: um navio naufragado do século 16, encontrado a mais de 2.600 metros de profundidade, próximo à região de Saint-Tropez.
A embarcação surpreendeu arqueólogos não apenas pelo estado de conservação dos objetos encontrados, mas também pela presença inesperada de itens contemporâneos, evidenciando os impactos da poluição atual mesmo em locais remotos do oceano.
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A descoberta foi feita por militares franceses, que utilizavam um drone subaquático para monitorar áreas estratégicas no mar. O equipamento detectou algo incomum no fundo oceânico, o que motivou uma nova visita à região, desta vez com um robô equipado com câmera.
O que parecia apenas mais uma inspeção técnica resultou na localização de um navio mercante de aproximadamente 30 metros de comprimento e 7 metros de largura, batizado de “Camarat 4”.
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Dentro do navio, os arqueólogos encontraram cerca de 200 jarros, 100 pratos com acabamento amarelo, dois caldeirões, uma âncora e seis canhões.
Detalhes nos objetos, como padrões geométricos e o monograma “IHS” – uma abreviação do nome de Jesus em grego – reforçam a hipótese de que a carga tenha origem na Ligúria, região do noroeste da Itália.
As peças, apesar dos séculos submersas, permanecem notavelmente preservadas e oferecem pistas valiosas sobre o comércio e a cultura marítima da época. A expectativa agora é de que um modelo digital em 3D da embarcação ajude a aprofundar as análises sobre o conteúdo e a estrutura do naufrágio.
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Entre os itens históricos, dois objetos chamaram atenção por destoarem do restante da carga: latas de alumínio semelhantes às de bebidas, indícios claros da poluição atual.
Embora não seja raro encontrar sacolas plásticas e outros resíduos em grandes profundidades, a presença de lixo moderno ao lado de artefatos com mais de 500 anos escancara o alcance da degradação ambiental nos oceanos.
O naufrágio, considerado o mais profundo já encontrado em águas territoriais francesas, amplia o debate sobre preservação marinha ao mesmo tempo em que oferece uma nova janela para o passado. A mistura de relíquias históricas e poluentes modernos reforça a urgência de repensar a relação da sociedade com os mares.
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*Com informações do portal Náutica