Peixe com até 20 metros de comprimento foi avistado pelo menos 20 vezes na costa paulista / Wikimedia Commons/Novvictan
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Ao lado de outros pesquisadores, o fotógrafo Rafael Mesquita presenciou a magnitude do maior peixe do mundo ao menos vinte vezes no mês de julho de 2025. Os episódios aconteceram em Ilhabela, no Litoral Norte de São Paulo.
Trata-se do tubarão-baleia (Rhincodon typus), que, mesmo em perigo de extinção, parece ter uma preferência particular pelas águas paulistas.
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O animal pode chegar a quase 20 metros de comprimento, o que equivale a uma quadra inteira de vôlei ou a um prédio de 6 andares.
Em entrevista ao G1, o professor do Departamento de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Alberto Lindner, explicou as razões pela inesperada preferência do peixe ao litoral paulista:
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“A primeira delas é porque a galera está olhando mais, estão fazendo muitos avistamentos de baleia, de orca, golfinho, raia também. Então tem muito mais olhos, muito mais gente, muito mais tecnologia e equipamentos como drones que permitem esse avistamento por cima, que antes era muito mais difícil você só olhando lateralmente pela embarcação”, contou o professor.
De acordo com ele, outro motivo provável é a conscientização maior em relação à pesca de tubarões e à criação de unidades de conservação para proteger os peixes.
Uma dessas unidades é a chamada Alcatrazes, que também fica no Litoral Norte de São Paulo, mais especificamente na costa da cidade de São Sebastião.
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A terceira e última explicação é que Ilhabela faz parte da rota de migração dos tubarões-baleias e de diversas espécies marinhas.
“É o que acontece com as orcas. As orcas ficam, elas estão de passagem nessa região, e aí quando elas passam, elas acabam sendo avistadas na região de Ilhabela e em outros lugares também”, contou Lindner ao G1.
Mas a costa de Ilhabela não foi a única a receber visita do tubarão-baleia. Ele também já foi avistado em Florianópolis e Bombinhas, em Santa Catarina, além do Rio de Janeiro e Espírito Santo.
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Segundo o Encyclopedia of Life (EOL), um banco de dados que compila informações sobre todas as espécies de seres vivos conhecidas pela ciência, o tubarão-baleia costuma circular a maior parte dos oceanos equatoriais e temperados do mundo.
Embora seja gigante, ele não tem nada de agressivo. O animal costuma ser inofensivo e nem é considerado como predador por especialistas. Além disso, a espécie não possui predadores naturais devido ao grande tamanho que atinge quando adulto.
No entanto, uma combinação de pesca intencional, colisões com embarcações, poluição e, em menor grau, perda de habitat devido a mudanças climáticas contribuíram para colocar o tubarão-baleia em risco de extinção.
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Por Vitoria Estrela