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Moradores de rua ganham emprego e um lar após acharem e devolverem R$ 20 mil ao dono

Conheça a história detalhada de como Rejaniel e Sandra encontraram uma fortuna e optaram por devolver tudo

Agência Diário

Publicado em 02/10/2025 às 16:04

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Desfecho dessa história é surpreendente e emocionante / Imagem: Reprodução Globo Repórter

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A diferença entre um real e vinte mil reais é abissal, especialmente quando se vive debaixo de um viaduto na Zona Leste de São Paulo. Mas foi com apenas um real no bolso que Rejaniel de Jesus e Sandra Regina tomaram uma decisão de R$ 20 mil.

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O casal, que buscava abrigo sob o viaduto do Tatuapé, foi o agente inesperado na resolução de um caso de assalto que vitimou um restaurante japonês da região, mostrando uma integridade que inspirou a todos.

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A devolução da fortuna, que estava em um malote e um saco de moedas, não apenas chocou o dono do restaurante, mas também garantiu ao casal uma recompensa muito maior do que o dinheiro que encontraram: uma nova vida.

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A madrugada da descoberta perto da ferragens

O cenário era o cotidiano duro da rua. Rejaniel, 36, e Sandra, 36, estavam dormindo embaixo do viaduto, como faziam há três anos, quando a paz da cidade paulistana foi quebrada pelo som estridente de um alarme de segurança.

O som vinha da direção de uma loja de ferragens, também no Tatuapé. O local havia sido invadido por criminosos, mas a ação rápida do alarme fez com que eles fugissem sem levar uma quantia significativa de valor.

Movidos pela perturbação e curiosidade, o casal se aproximou do local da invasão. Foi neste trajeto que se depararam com os vestígios da fuga apressada dos bandidos: um saco de lixo e um malote, ambos recheados.

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O conteúdo do achado era uma verdadeira tentação. Em depoimento ao Globo Repórter, Rejaniel confirmou o que todos imaginavam: no momento da descoberta, ele e Sandra tinham apenas um único real em sua posse.

Malote com R$ 17 mil e três mil moedas

O que estava dentro do malote era o resultado da pressa dos assaltantes. Eram R$ 17 mil em cédulas, notas de diversos valores que, juntas, somavam uma quantia capaz de mudar o destino imediato de qualquer um na rua.

Além das notas no malote, o casal encontrou um saco com três mil moedas de um real, totalizando exatos R$ 20 mil. Uma fortuna para quem vivia de catadores de material reciclável, tirando cerca de R$ 100 por mês.

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A decisão, no entanto, foi rápida e inquestionável. O casal ligou para a delegacia, acionando as autoridades. A honestidade superou a necessidade imediata e se tornou o fio condutor para desvendar o caso.

O delegado, ao receber o dinheiro, conseguiu ligar os pontos e descobriu que o montante havia sido roubado de um restaurante japonês, vítima de assalto na semana anterior. O achado fechou o ciclo do crime.

A voz ativa do chef em busca da recompensa

Miguel Kikuchi, um dos proprietários do restaurante assaltado, teve uma reação inicial de total descrença ao ser informado pela PM sobre o dinheiro encontrado. Não esperava reaver o montante.

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"Pensei que era trote, é inimaginável que alguém faria uma coisa dessas", confessou o chef ao G1, sublinhando o caráter raro da atitude do casal. A surpresa se transformou em profunda admiração e respeito.

Kikuchi e seus sócios concordaram que a recompensa deveria ser à altura do gesto. Não bastava apenas uma parte do dinheiro. Eles queriam que o prêmio gerasse uma mudança permanente e significativa para Rejaniel e Sandra.

O primeiro passo de gratidão foi uma refeição digna, com bife e batata, no próprio restaurante, um momento de celebração e humanidade que reintroduziu o casal a um tipo de tratamento que lhes era negado na rua.

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O valor do treinamento sobre a viagem

A grande oferta de recompensa apresentada pelos sócios do restaurante deu duas opções: uma viagem para o Paraná ou Maranhão, para rever suas famílias, ou a estabilidade de um emprego e capacitação profissional.

Rejaniel de Jesus e Sandra Regina, com o olhar focado no futuro, escolheram a segunda via. O desejo de sair da rua era maior do que a saudade ou uma bolada que seria gasta rapidamente. Eles queriam recomeçar.

A capacitação foi a porta de entrada para a dignidade. Rejaniel foi admitido como auxiliar de serviços gerais. Sua esposa, Sandra, ingressou como auxiliar de cozinha, ambos com treinamento e emprego formal.

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O antigo trabalho de catadores de recicláveis, que lhes rendia apenas R$ 100 mensais, foi trocado por uma vida de estabilidade. "Não quero voltar nunca mais para lá", declarou Sandra, marcando o fim de três anos de luta.

A história desses R$ 20 mil perdidos no Tatuapé serve como um poderoso lembrete de que a verdadeira riqueza reside na integridade. Um casal sem nada foi quem deu a maior lição de honestidade a São Paulo.

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