Microagulhas solúveis feitas com esteviosídeo e minoxidil penetram na pele sem dor e liberam o medicamento diretamente nos folículos capilares, estimulando o crescimento dos fios / Freepik/Pngtree.com
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Um grupo de pesquisadores encontrou uma solução inesperada para a alopecia androgenética, mais conhecido como calvície de padrão masculino ou feminino, uma das causas mais comuns de perda de cabelo no mundo.
O tratamento mais comum para essa condição é o uso de minoxidil tópico, porém sua eficácia é limitada por diversos fatores, porém segundo os cientistas os adoçantes usados no cotidiano torna o tratamento mais eficaz.
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Um dos fatores que prejudica a ação do minoxidil tópico é sua baixa solubilidade em água, o que dificulta a absorção pela pele. Por isso, é comum o uso de álcool como base na formulação, mas isso pode causar efeitos colaterais como coceira e irritação.
Por isso, um estudo publicado na revista Advanced Healthcare Materials demonstrou que o esteviosídeo (STV) - composto natural presente na planta estévia, conhecida pelo uso como adoçante - não apenas aumenta significativamente a absorção do minoxidil, mas também possibilita o desenvolvimento de um sistema de aplicação muito mais eficiente que aumenta a penetração, a retenção e o efeito sobre os folículos capilares, além de evitar os efeitos colaterais do álcool presente nas loções tradicionais
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O médico Drauzio Varella explica um pouco mais sobre a condição:
Os resultados publicados na Advanced Healthcare Materials revelaram detalhes que vão além da ação do adoçante. A seguir, confira cinco fatos curiosos sobre o novo sistema de microagulhas, que mostram por que ele pode revolucionar os tratamentos contra a calvície:
A solução promissora para melhorar a ação do minoxidil (MXD), encontrada pelo estudo, aponta que a substância pode exercer uma dupla função: além de dissolver o minoxidil com muito mais eficiência, que no futuro, também pode servir como base para a produção de um adesivo de microagulhas, capaz de liberar o medicamento diretamente na pele.
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O esteviosídeo é uma molécula anfipática, ou seja, ela possui uma extremidade que interage com a água e outra que a repele. Essa estrutura permite formar micelas, pequenas esferas que “abrigam” compostos pouco solúveis, como o minoxidil, facilitando sua estabilidade e absorção.
Em termos simples, o esteviosídeo age como um veículo que conduz o MXD através das barreiras da pele, aumentando seu potencial de ação.
Os testes mostraram resultados positivos: a presença do esteviosídeo elevou a solubilidade do minoxidil para 47 mg/mL, o que representa um aumento de aproximadamente 18 vezes em relação ao uso isolado do medicamento.
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Para contornar a barreira natural da pele, os pesquisadores desenvolveram um adesivo de microagulhas solúveis produzido a partir da mistura de esteviosídeo e minoxidil.
Essas microagulhas, imperceptíveis a olho nu, penetram de forma indolor na camada mais superficial da pele e se dissolvem, liberando o medicamento diretamente nos folículos capilares, onde o crescimento dos fios é estimulado.
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O novo método se mostrou muito mais eficiente do que a aplicação tópica tradicional, feita em forma de spray, que enfrenta dificuldades para ultrapassar as camadas externas da pele. Nos testes de laboratório, o adesivo garantiu liberação de 85% do fármaco e retenção de 18% em 24 horas.
Os resultados são muito superiores aos obtidos com a solução alcoólica comum, cuja retenção foi de apenas 2%. Essa maior permanência na pele permite que o minoxidil aja por mais tempo sobre o folículo, ampliando seus efeitos.
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Para avaliar o potencial da tecnologia, os pesquisadores testaram em seu laboratório o adesivo, o tratamento inovador foi experimentado em animais com alopecia induzida.
O desempenho foi impressionante: após 35 dias de tratamento, o grupo que recebeu o adesivo de esteviosídeo e minoxidil apresentou 67,5% de cobertura capilar, enquanto o grupo tratado com a fórmula tradicional alcançou 25,7%.
Além de estimular o crescimento de novos fios, o adesivo também reativou os folículos capilares, acelerando sua transição para a fase de crescimento.
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Embora ainda sejam necessários estudos clínicos em humanos, os resultados apontam um novo caminho no tratamento da calvície. Um adoçante natural, seguro e amplamente utilizado na alimentação pode se tornar a base de uma nova geração de terapias capilares mais eficazes, confortáveis e com menos efeitos colaterais.