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Mina submersa confirma famoso e intrigante mistério descrito há milênios

Arqueólogos identificam uma mina de cobre no Mar de Mármara que coincide com a descrição feita pelo filósofo grego

Agência Diário

Publicado em 03/12/2025 às 20:55

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Segundo o filósofo, mergulhadores extraíam o metal a cerca de 3,6 metros de profundidade / Freepik

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No tratado De Mirabilibus Auscultationibus, Aristóteles mencionou uma atividade de mineração perto da atual Heybeliada, segunda maior das Ilhas dos Príncipes, no Mar de Mármara.

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Agora, mergulhadores identificaram um sítio submerso que confirma a existência dessa mina de 2,3 mil anos. A descoberta, divulgada pelo Turkiye Today na terça-feira (18), reforça a hipótese de que o cobre dali abastecia oficinas de bronze prestigiadas na Grécia Antiga.

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Segundo o filósofo, mergulhadores extraíam o metal a cerca de 3,6 metros de profundidade, e ele era usado na produção de estátuas do Templo de Apolo em Sicião e monumentos em Feneu, alguns atribuídos a Hércules.

Aristóteles ainda atribuía ao cobre propriedades benéficas à visão.

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Galeria: confira segredos do fundo do mar

A maior parte do fundo do mar permanece inexplorada, escondendo espécies ainda desconhecidas / Pexels
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Em regiões abissais, a luz solar não chega e muitos animais produzem brilho próprio por bioluminescência / Pexels
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Cordilheiras submarinas podem ser maiores que cadeias de montanhas em terra firme / Pexels
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No fundo do oceano existem vulcões ativos que criam novas formações rochosas diariamente / Pexels
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A pressão em zonas profundas pode ser mais de mil vezes maior que ao nível do mar / Pexels
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Criaturas como o peixe-diabo vivem em completa escuridão e usam iscas luminosas para capturar presas / Pexels
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Entre mito e realidade arqueológica

Por séculos, especialistas discutiram se o relato era literal ou simbólico. Em 2018, uma expedição de 15 dias revelou que o minério extraído debaixo d’água tinha valor religioso e era chamado de khalkon kolymbeten, o “cobre do mergulhador”.

A pesquisa, liderada por Ahmet Bilir, da Universidade de Duzce, encontrou marcas de oxidação verde, fragmentos de minério e evidências de extração organizada compatíveis com o período descrito pelo filósofo.

Para Bilir, esse cobre era um material de nicho, destinado a grupos ligados à religião e às artes.

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Na Antiguidade, mergulhar a vários metros sem tecnologia avançada exigia grande habilidade, e Aristóteles chegou a registrar os primeiros dispositivos rudimentares usados nesses trabalhos.

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Cobre, medicina antiga e tradição escultórica

A suposta melhora na visão citada por Aristóteles pode remeter ao uso medicinal do cobre na Grécia e em Roma, onde compostos como sulfato de cobre eram aplicados em tratamentos oculares.

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Já no campo artístico, análises sugerem que o “cobre do mergulhador” pode ter sido utilizado em estátuas dedicadas ao Templo de Apolo em Sicião, que abrigava uma das escolas de escultura mais prestigiadas da época, a mesma que formou Lísipo, escultor oficial de Alexandre, o Grande.

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Importância histórica da mina

O metal também teve peso econômico para Heybeliada, embora a mineração subaquática mantivesse um caráter especial em comparação às operações terrestres tradicionais.

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A validação arqueológica do relato reforça o valor dos textos clássicos como fonte histórica: mesmo exigindo leitura crítica, descobertas como essa mostram que descrições antigas podem refletir práticas reais do passado.

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