Diário Mais

Marcas de carros chinesas: quais são e quem elas querem conquistar

Da produção local e econômica à alta tecnologia e marcas de luxo: é assim que a China quer reescrever as regras do mercado

Júlia Morgado

Publicado em 10/10/2025 às 17:55

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Com mais de 100 montadoras ativas e forte aposta em veículos elétricos e híbridos, a China se consolida como uma potência automotiva / Divulgação NIO

Continua depois da publicidade

A indústria dos carros, como conhecemos hoje, é bem recente. Ela tem cerca de 120 anos e, nas últimas cinco décadas, foi dominada por marcas dos Estados Unidos, Europa, Japão e Coreia do Sul. Esse cenário começou a mudar nos últimos anos, com a entrada forte das montadoras chinesas.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Com o avanço econômico do país, a China também passou a se destacar no setor automotivo. Há mais de 30 anos, suas fábricas trabalham em parceria com empresas ocidentais, aprendendo e desenvolvendo tecnologia própria. Hoje, muitas dessas marcas já competem de igual para igual, e até superam, as antigas parceiras, pelo menos no mercado local.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Maior fábrica de carros elétricos da América Latina vai gerar 20 mil empregos no Brasil

• 7 carros que saíram de linha, mas ainda valem cada centavo no mercado de usados

• Milhões de carros no Brasil circulam com airbags que podem explodir e matar

Veja também: homem compra Chevy Caprice de idosa e encontra pequeno presente inesperado no porta-malas.

Em outubro de 2025, a China já tinha mais de 100 marcas de carros cotidianos, número maior que o total de todas as marcas europeias (57), americanas (14), japonesas (14) e coreanas (4) juntas. O país também é um mercado gigantesco, com mais de 24 milhões de veículos vendidos por ano, capaz de abrigar uma enorme variedade de marcas. Mas nem todas são iguais. O Diário do Litoral te mostra as diferentes categorias das marcas chinesas.

Continua depois da publicidade

1. Marcas de baixo custo

Essas empresas usam tecnologias mais simples, muitas vezes baseadas em modelos antigos de marcas ocidentais. Os carros são baratos e voltados para cidades menores e áreas rurais.

Exemplos: Hengrun, Pocco, Vi Auto, e marcas exportadas como SWM, ZX Auto, JMC e BAW.

2. Marcas populares

São as montadoras que produzem veículos para o público em geral. Elas se dividem em três grupos:

Continua depois da publicidade

  • De entrada: JAC e Forthing.
  • Tradicionais: BAIC, Chery, JAECOO, MG e Geely.
  • Faixa alta: Jetour, OMODA, Lynk & Co e BYD.

Conheça as marcas que sergundo mecânicos menos dão problemas.

3. Marcas semi-premium

São marcas intermediárias, que oferecem mais tecnologia e conforto, mas ainda com preços competitivos.

Exemplos: Voyah, Zeekr e Xpeng

Continua depois da publicidade

4. Marcas premium

Entre as marcas premium chinesas estão Denza, Stelato, MHero e Yuanhang, ainda pouco conhecidas fora da China, mas em rápido crescimento.

5. Marcas de alta tecnologia e carros elétricos

Essas são as estrelas da nova era dos veículos elétricos chineses. Focam em inovação, conectividade e autonomia.

Exemplos: Xiaomi, Luxeed, NIO, Avatr, Aito e Li Auto. 

Continua depois da publicidade

6. Marcas de luxo

Atualmente, há apenas três marcas de luxo chinesas, que representam o topo da oferta nacional:

  • Golden Sunflower, uma submarca da Hongqi
  • Yangwang, do grupo BYD
  • Maextro, da JAC

Marcas chinesas no Brasil

A presença das montadoras chinesas no Brasil cresce em ritmo acelerado. O que começou com poucos modelos de baixo custo há pouco mais de uma década hoje se transformou em um movimento global de eletrificação e tecnologia. Marcas que até pouco tempo eram desconhecidas do público brasileiro agora disputam espaço com gigantes tradicionais como Volkswagen, Toyota e Chevrolet. Confira as marcas presentes no país:

Símbolo da nova fase da indústria automotiva chinesa, a BYD lidera as vendas de elétricos no Brasil com modelos como Dolphin, Seal e Song Plus, incluindo o Dolphin Mini, o carro elétrico mais barato do país/ Divulgação BYD
Símbolo da nova fase da indústria automotiva chinesa, a BYD lidera as vendas de elétricos no Brasil com modelos como Dolphin, Seal e Song Plus, incluindo o Dolphin Mini, o carro elétrico mais barato do país/ Divulgação BYD
Com fábrica em Anápolis (GO), a Caoa Chery foi uma das primeiras marcas chinesas a produzir no Brasil e se destaca com SUVs como Tiggo 5x, 7 e 8, voltados ao público de classe média/ Divulgação Caoa Chery
Com fábrica em Anápolis (GO), a Caoa Chery foi uma das primeiras marcas chinesas a produzir no Brasil e se destaca com SUVs como Tiggo 5x, 7 e 8, voltados ao público de classe média/ Divulgação Caoa Chery
Pioneira entre as montadoras chinesas no Brasil, a JAC Motors atua desde 2011 e hoje foca em veículos elétricos e comerciais leves produzidos em São Paulo/ Divulgação JAC Motors
Pioneira entre as montadoras chinesas no Brasil, a JAC Motors atua desde 2011 e hoje foca em veículos elétricos e comerciais leves produzidos em São Paulo/ Divulgação JAC Motors

A BYD é o símbolo da nova fase da indústria automotiva chinesa. A marca, que produz carros elétricos e híbridos, rapidamente ganhou popularidade com modelos como Dolphin, Seal e Song Plus. Hoje, é uma das líderes nas vendas de veículos elétricos no Brasil. Com preços entre R$ 115 mil e R$ 320 mil, a marca pode ser colocada em uma categoria de carros populares a semi-premium no cenário brasileiro. A empresa atualmente vende o carro elétrico mais barato do Brasil, com seu modelo Dolphin Mini.

Continua depois da publicidade

A Caoa Chery, resultado da parceria entre o grupo brasileiro Caoa e a chinesa Chery, foi uma das primeiras a apostar na produção local. Com fábrica em Anápolis (GO), a marca oferece SUVs como o Tiggo 5x, 7 e 8, que se tornaram comuns nas ruas das grandes cidades. Seus preços estão entre R$ 120 mil e R$ 220 mil, a marca mistura modelos a combustão e híbridos leves, voltados ao público de classe média.

Já a JAC Motors, que chegou em 2011, foi pioneira entre as chinesas a atuar no país. Atualmente, foca em veículos elétricos e comerciais leves, com operação centralizada em São Paulo. Com preços de R$ 100 mil a R$ 270 mil, a marca também entra em uma categoria popular/semi-premium.

Além disso, as marcas OMODA e JAECOO, ambas pertencentes à Chery, anunciaram entrada oficial no país entre o final de 2025 e 2026, trazendo SUVs elétricos com design arrojado e conectividade avançada. Essas estão com uma previsão de R$ 170 mil a R$ 250 mil.

Continua depois da publicidade

Outra que se prepara para desembarcar é a Jetour, também ligada à Chery, que pretende lançar no Brasil seus primeiros SUVs médios ainda em 2025. Os valores têm previsão de R$ 160 mil a R$ 220 mil, provavelmente competirá com marcas como Toyota, Jeep e Hyundai.

A tradicional MG (Morris Garages), controlada pelo grupo SAIC, estuda seu retorno ao Brasil após mais de uma década, apostando novamente em modelos esportivos e elétricos. A marca britânica sob controle chinês, se retornar, tem previsão de R$ 180 mil a R$ 250 mil, provavelmente seria um competidor direto a BYD.

Saiba como a inovação intensa faz carros elétricos durarem 8 anos menos que os a gasolina.

Continua depois da publicidade

Além das marcas confirmadas, outras montadoras chinesas de alta tecnologia observam o mercado brasileiro com atenção. NIO e Zeekr, conhecidas por seus veículos elétricos premium na Europa e na Ásia, avaliam uma expansão para a América Latina. A NIO, em especial, chama atenção por seus sistemas de troca rápida de bateria, algo que poderia revolucionar a recarga de veículos elétricos no Brasil.

A China mostra que quer ser muito mais do que a “fábrica do mundo”. Com uma enorme variedade de marcas, dos carros populares aos elétricos de luxo, o país está se preparando para conquistar o mercado global e mudar de vez o futuro da indústria automotiva.

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software