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Marca gigante decide sair do Brasil depois de mais de 100 anos de operação no país

A mudança está diretamente ligada aos impactos da Lei 14.789/2023, que alterou o tratamento tributário dos incentivos fiscais concedidos por estados e municípios

Isabella Fernandes

Publicado em 31/12/2025 às 15:00

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Após mais de 100 anos de atuação no Brasil, a Lupo, uma das marcas mais tradicionais da indústria têxtil nacional, decidiu transferir parte de sua produção para o Paraguai. / Freepik

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Após mais de 100 anos de atuação no Brasil, a Lupo, uma das marcas mais tradicionais da indústria têxtil nacional, decidiu transferir parte de sua produção para o Paraguai.

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A mudança está diretamente ligada aos impactos da Lei 14.789/2023, que alterou o tratamento tributário dos incentivos fiscais concedidos por estados e municípios, elevando os custos de operação no país.

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Mudança na legislação impacta a indústria

Sancionada no fim de 2023 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a nova legislação encerrou a isenção de tributos federais sobre benefícios fiscais estaduais, como os relacionados ao ICMS.

A medida foi apresentada pelo governo federal como parte da estratégia para ampliar a arrecadação, mas teve reflexos imediatos sobre a competitividade de empresas industriais.

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Operação no Brasil se tornou inviável

No caso da Lupo, as alterações tornaram parte da operação financeiramente inviável. Fundada há 104 anos, a empresa atravessou momentos históricos como a crise de 1929, a Segunda Guerra Mundial, períodos de hiperinflação, mudanças monetárias e a pandemia da Covid-19 sem deixar o território brasileiro.

Nova fábrica no Paraguai

A nova unidade da Lupo foi inaugurada em junho deste ano em Ciudad del Este, no Paraguai, na região do antigo km 13 da Rodovia PY02.

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O investimento ultrapassa R$ 30 milhões, e a fábrica tem capacidade para produzir até 20 milhões de pares de meias por ano. Atualmente, cerca de 110 empregos diretos já foram gerados no país vizinho.

Redução de custos e ambiente regulatório

Segundo a empresa, a produção no Paraguai representa uma redução de aproximadamente 28% nos custos em comparação com o Brasil, principalmente devido à menor carga tributária e a um ambiente regulatório mais simples.

“O Brasil empurrou a gente para o Paraguai”

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Em entrevista à Folha de S.Paulo, a executiva Liliana Aufiero afirmou que a decisão não foi voluntária, mas consequência do cenário econômico brasileiro. “Não é que a Lupo foi para o Paraguai, o Brasil empurrou a gente para o Paraguai”, declarou.

Regime de maquila e logística estratégica

Para viabilizar a operação, a Lupo aderiu ao regime de maquila, sistema que permite a industrialização de produtos com matéria-prima importada sob tributação reduzida e foco na exportação.

De acordo com o governo paraguaio, cerca de 70% das indústrias beneficiadas por esse modelo estão concentradas no departamento de Alto Paraná, onde fica Ciudad del Este.

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