O cravo-da-índia, conhecido pelo aroma marcante e uso em doces, também se destaca por suas propriedades medicinais e antioxidantes / Azerbaijan_stockers/Freepik
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É comum vermos o cravo-da-índia decorando o beijinho, mas esse pequeno botão seco em forma de flor vai muito além do uso culinário — ele oferece benefícios surpreendentes para a saúde.
De nome científico Syzygium aromaticum, o cravo é uma planta extremamente resistente e uma especiaria utilizada desde a Antiguidade, tanto na gastronomia quanto na medicina tradicional.
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Originário das ilhas Molucas (como Kayoa) e da Nova Guiné, o cravo hoje é cultivado em diversas partes do mundo, incluindo Madagascar e Granada.
Pesquisas indicam que seus compostos ativos podem trazer vários benefícios ao organismo, como proteger o fígado e ajudar a equilibrar os níveis de açúcar no sangue.
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Confira a seguir oito efeitos positivos que o consumo moderado de cravo-da-índia pode proporcionar.
O cravo-da-índia contém fibras, vitaminas e minerais, e pode enriquecer a dieta mesmo em pequenas quantidades.
Em uma colher de chá (2,1 g) de cravo moído, encontramos cerca de:
O manganês é um mineral essencial para a formação dos ossos e o bom funcionamento do cérebro. Embora o cravo seja uma boa fonte desse nutriente, ele é consumido em pequenas quantidades — por isso, deve ser visto como um complemento, não uma fonte principal de vitaminas e minerais.
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Além de suas propriedades nutricionais, o cravo é uma das especiarias mais ricas em antioxidantes — compostos que ajudam a proteger as células contra os radicais livres e a reduzir o estresse oxidativo, processo que pode favorecer o envelhecimento e o surgimento de doenças crônicas.
Entre esses compostos está o eugenol, que atua como antioxidante natural, ajudando o corpo a combater inflamações e fortalecer o sistema imunológico.
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Um estudo com animais mostraram que o extrato de cravo pode ajudar a reverter danos hepáticos causados por substâncias tóxicas. O eugenol é apontado como o principal responsável por esse efeito protetor.
Mesmo assim, especialistas alertam que altas doses de cravo ou de seu óleo podem causar danos ao fígado, e ainda não há pesquisas suficientes que confirmem o mesmo resultado em humanos.
Algumas pesquisas sugerem que o óleo de cravo pode ter propriedades anticancerígenas. Experimentos laboratoriais apontam que o eugenol pode induzir a morte de células de câncer de mama.
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Contudo, o consumo excessivo é perigoso: doses altas de eugenol são tóxicas e podem provocar danos hepáticos, especialmente em crianças. É preciso cautela e mais estudos clínicos para confirmar sua segurança.
O cravo possui propriedades antimicrobianas, capazes de inibir o crescimento de bactérias e fungos. Por isso, é frequentemente usado em produtos de higiene bucal e também pode ajudar, de forma complementar, a combater o mau hálito e prevenir inflamações leves nas gengivas, sempre aliado a uma boa rotina de escovação.
Compostos do cravo podem auxiliar no equilíbrio da glicose. Um estudo de 2019 mostrou que pessoas com e sem pré-diabetes que consumiram 250 mg de extrato de cravo por 30 dias apresentaram redução significativa da glicemia pós-refeição.
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Pesquisas em animais também indicam que a nigricina, presente na especiaria, melhora a absorção de açúcar pelas células e estimula a produção de insulina.
Mesmo assim, o ideal é que o cravo seja apenas um complemento dentro de uma dieta equilibrada, e não uma forma isolada de controle da glicose.
A osteoporose afeta cerca de 15 milhões de brasileiros, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
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Estudos com animais indicam que o eugenol pode ajudar a aumentar a densidade óssea, enquanto o manganês, presente em boa quantidade no cravo, é essencial para a formação e manutenção dos ossos.
Ainda assim, faltam provas conclusivas sobre esses efeitos em humanos.
O eugenol também pode ter efeito protetor no estômago. Um estudo com animais mostraram que ele ajuda a tratar úlceras gástricas — feridas dolorosas que surgem no estômago ou no intestino.
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Outra pesquisa de laboratório apontam ainda que o óleo de cravo pode agir contra a bactéria Helicobacter pylori, associada a úlceras e até a câncer gástrico. Os resultados são promissores, mas ainda não há comprovação clínica em humanos.
De modo geral, o consumo moderado é seguro. A FDA, agência dos Estados Unidos equivalente à Anvisa no Brasil, classifica o cravo e seu óleo como seguros para uso alimentar.
Porém, grandes doses podem ser perigosas, especialmente para gestantes, lactantes e crianças. O óleo de cravo é altamente concentrado e não deve ser ingerido — mesmo pequenas quantidades podem causar convulsões, danos hepáticos e sangramentos.
No uso tópico, o óleo ou creme de cravo é geralmente seguro para uso na pele, mas pode irritar gengivas. O eugenol também pode interferir em medicamentos anticoagulantes e antidiabéticos, por isso é importante consultar um médico antes do uso.
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O cravo-da-índia pode ser aproveitado de várias formas — desde a aromaterapia até a culinária, passando por usos tradicionais na saúde bucal e no preparo de chás.
Outra maneira simples de consumir o cravo é por meio do chá. O canal 'Tua Saúde', ensina como fazer:
Tradicionalmente, o chá de cravo é usado para aliviar náuseas e amenizar sintomas respiratórios, como os da asma — embora ainda sejam necessários mais estudos para comprovar esses efeitos.
Na cozinha, o cravo-da-índia é uma especiaria versátil. Pode ser usado em doces, chás, ensopados, curries e chutneys, realçando o sabor e o aroma das receitas. Mesmo em pequenas quantidades, ele transforma preparações comuns em pratos mais sofisticados e cheios de personalidade.
Veja na galeria abaixo alguns exmplos:
O cravo-da-índia é muito mais do que um simples aromatizante de doces e chás. Essa especiaria ancestral reúne propriedades antioxidantes, antibacterianas e anti-inflamatórias, e pode ajudar o organismo em diversas funções — do equilíbrio da glicose à proteção do fígado.