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O maior iceberg do mundo, conhecido como A23a, está se desintegrando em ritmo acelerado, segundo alerta de cientistas do British Antarctic Survey
O maior iceberg do mundo, conhecido como A23a, está se desintegrando em ritmo acelerado, segundo alerta de cientistas do British Antarctic Survey (BAS). / British Antarctic Survey
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O maior iceberg do mundo, conhecido como A23a, está se desintegrando em ritmo acelerado, segundo alerta de cientistas do British Antarctic Survey (BAS).
O bloco colossal de gelo, que já teve mais de 1,1 trilhão de toneladas e ocupava uma área de 3.672 km², maior que o estado de Rhode Island, nos EUA, agora está se partindo em pedaços gigantescos, perdendo rapidamente sua imponência.
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O A23a se desprendeu da plataforma de gelo Filchner-Ronne, na Antártida, em 1986, e permaneceu encalhado por décadas no Mar de Weddell. Só em 2020 começou a se mover, levado pelas correntes oceânicas, mas acabou ficando preso novamente até retomar seu movimento em 2023.
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Desde então, entrou no chamado corredor de icebergs, sendo guiado por correntes como a FACCS (Frente de Corrente Circumpolar Antártica Meridional). O iceberg acabou encalhado na plataforma continental em março de 2024, mas se soltou novamente em maio e agora segue se fragmentando.
O oceanógrafo Andrew Meijers, do BAS, afirmou que o A23a está “se fragmentando rapidamente em grandes pedaços”, parte de um processo observado anteriormente com outros megabergs, como o A68 e o A76.
Atualmente, o A23a mede cerca de 1.700 km², aproximadamente o tamanho da Grande Londres. Ele ainda é considerado o segundo maior iceberg do mundo, mas Meijers prevê que essa posição “vai mudar em breve”, conforme ele continua a se partir em pedaços pequenos demais para serem monitorados.
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Embora o desprendimento de icebergs seja um fenômeno natural, os cientistas alertam que o aquecimento da água do mar e as mudanças nas correntes oceânicas estão acelerando o processo. Plataformas de gelo na Antártida já perderam trilhões de toneladas nas últimas décadas.
Meijers explica que, embora ainda não existam megabergs suficientes para afirmar se sua formação está aumentando, está claro que o aquecimento global causado pelo homem tem provocado mudanças graves e visíveis no ecossistema antártico.
Durante o tempo em que esteve encalhado perto da Geórgia do Sul o A23a foi visitado por pesquisadores a bordo do navio polar RRS Sir David Attenborough, da BAS. Amostras coletadas na região retornaram recentemente ao Reino Unido para análise.
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Os cientistas acreditam que a enorme liberação de água doce fria ao redor do iceberg pode ter causado fortes impactos nos organismos marinhos e no equilíbrio do ecossistema local.
Com a perspectiva de que icebergs gigantes se tornem mais frequentes na região por causa das mudanças climáticas, os pesquisadores alertam: o que está acontecendo com o A23a é um sinal claro de que o clima da Terra está fora de equilíbrio, e as consequências podem afetar todo o planeta.
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