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No estado anfitrião da COP30, a riqueza cultural paraense, da culinária à fé popular, ressoa como parte essencial da identidade amazônica
A conferência internacional coloca o ambiente amazônico e as tradições locais no centro das atenções globais / Alex Ferro/COP30
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O Pará apresenta uma cultura vibrante que mescla história, natureza e identidade de forma singular. A vida junto ao rio e à floresta moldou costumes, gastronomia e manifestações populares que permanecem fortes, vivendo em cada comunidade, das ribeirinhas às mais urbanas.
Este ano, o estado ganha ainda mais projeção ao sediar a COP30 em sua capital, Belém, entre 10 e 21 de novembro de 2025.
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A conferência internacional coloca o ambiente amazônico e as tradições locais no centro das atenções globais, oferecendo uma plataforma única para unir suas raízes culturais à urgência das negociações climáticas.
O cotidiano do povo paraense está intimamente ligado aos rios e à floresta, que servem de fonte de vida e inspiração.
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O conhecimento sobre ervas e plantas medicinais, passado de pais para filhos, é um reflexo do respeito pela natureza e da sabedoria ancestral que ainda guia a vida de muitas famílias.
Entre as lendas mais populares está a do boto cor-de-rosa, o encantado que assume forma humana durante as festas ribeirinhas e retorna ao rio com o nascer do sol. Essas histórias, misto de fé e superstição, revelam o imaginário rico que permeia o folclore local.
A gastronomia paraense é uma das mais originais do Brasil e carrega o sabor inconfundível da floresta.
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Pratos como maniçoba, tacacá – famoso símbolo paraense que já se tornou 'viral' na internet – e pato no tucupi são símbolos da identidade do estado, combinando ingredientes como tucupi, jambu e mandioca – base da culinária indígena.
O açaí, amplamente consumido com peixe frito e farinha, é presença obrigatória na mesa do paraense. Frutas como cupuaçu, bacuri, taperebá e castanha-do-pará completam a variedade de sabores que transformam cada refeição em uma verdadeira celebração da Amazônia.
Nenhuma manifestação cultural representa tão bem o espírito do povo paraense quanto o Círio de Nazaré, uma das maiores festas religiosas do mundo.
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A celebração, que reúne milhões de fiéis em Belém, traduz a profunda devoção a Nossa Senhora de Nazaré e simboliza a fé e a união da população.
A tradição nasceu da história do caboclo Plácido, que teria encontrado a imagem da santa às margens de um igarapé. Desde então, a procissão se tornou um dos principais eventos do calendário religioso brasileiro, unindo emoção, religiosidade e identidade cultural.
O Pará também é berço de ritmos que conquistaram o país, como o carimbó e o brega paraense, expressões musicais que misturam alegria, ancestralidade e modernidade.
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Já o artesanato, produzido com fibras, sementes e argila da floresta, preserva técnicas tradicionais e mantém viva a economia das comunidades locais.
A produção musical do Pará carrega uma força própria, sustentada por artistas que ajudaram a difundir os ritmos amazônicos para o restante do país.
Entre os nomes mais conhecidos está Joelma, cuja energia em cena transformou sua trajetória em referência nacional.
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Ela integra o grupo de artistas que levaram a identidade sonora paraense a novos espaços, ampliando a presença do estado no cenário pop brasileiro.
No mesmo movimento, Gaby Amarantos se destaca como uma das vozes de maior expressão da música paraense contemporânea, unindo elementos tradicionais à modernidade estética que caracteriza sua carreira.
O estado também revela talentos que representam a tradição e a ancestralidade da região. Figura de enorme importância, Fafá de Belém consolidou-se como cantora, compositora, atriz e multi-instrumentista de grande renome, tornando-se um dos símbolos culturais do Pará.
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Já Dona Onete, conhecida como a “Diva do Carimbó Chamegado”, reforça a ligação profunda entre música, memória e identidade amazônica, levando para o Brasil inteiro a estética que nasce das comunidades e das sonoridades típicas da região.
Juntas, essas artistas ajudam a manter vivo o patrimônio musical paraense e ampliam a relevância do estado no cenário artístico nacional.
Entre o verde intenso da Amazônia e a força do rio Amazonas, o Pará se consolida como um mosaico cultural.
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Sua riqueza está nas tradições, nas cores e nos sabores que o tornam um dos destinos mais autênticos e encantadores do Brasil – um lugar onde a cultura pulsa junto à floresta e à alma do seu povo.
Na conjunção entre tradição e geopolítica, o estado mostra como cultura e natureza se interligam. O Pará, destino autêntico e profundo, surge não apenas como cenário de turismo, mas como símbolo de resistência, identidade e relevância global, à medida que o mundo se mobiliza em Belém.