Embora pequenos, os tardígrados estão entre os seres mais resistentes do planeta / Darron Birgenheier/Wikimedia Commons
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Os filmes de ficção científica popularizaram personagens com mutações extraordinárias, capazes de resistir a ambientes extremos e sobreviver a ameaças impossíveis para qualquer ser humano.
Fora das telas, porém, existem organismos minúsculos que apresentam habilidades parecidas e impressionam pela resistência. Aproveite e veja também: Animal gigante reaparece após 100 anos e surpreende pesquisadores em ilha escondida
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Medindo entre 0,1 mm e 1 mm, os tardígrados são invertebrados microscópicos de oito patas, cuja aparência translúcida inspirou o apelido “urso-d’água”.
Embora pequenos, estão entre os seres mais resistentes do planeta.
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Segundo a BBC, há mais de 1.500 espécies conhecidas, distribuídas em praticamente todos os tipos de ambiente: musgos urbanos, florestas tropicais, geleiras, fontes termais e até o fundo do oceano.
Mesmo em locais onde outras formas de vida não conseguem se manter, eles continuam ativos e inabaláveis.
A capacidade dos tardígrados de tolerar extremos físicos é amplamente documentada.
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Eles suportam -272 °C e também conseguem resistir a mais de 150 °C por curtos períodos.
Também enfrentam pressões superiores a 6.000 atmosferas – intensidade que esmagaria veículos submarinos – entrando em criptobiose, um estado de metabolismo quase nulo que pode se prolongar por décadas.
Outro ponto impressionante é a tolerância à radiação. Esses organismos resistem a exposições de até 6.000 Gy, enquanto humanos não suportam cerca de 6 Gy.
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Essa habilidade os torna relevantes para estudos sobre radiação cósmica e possíveis aplicações em biotecnologia.
O interesse científico aumentou após 2007, quando a Agência Espacial Europeia enviou tardígrados à missão FOTON-M3.
Eles foram submetidos ao vácuo, à radiação solar e a bruscas variações térmicas. Mesmo assim, vários retornaram vivos e com capacidade de reprodução preservada.
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Grande parte dessa resiliência está ligada a proteínas exclusivas desses organismos.
Durante períodos de desidratação, moléculas conhecidas como TDPs formam uma espécie de “escudo vítreo”, protegendo componentes essenciais das células.
Outra proteína, a Dsup, reduz danos ao DNA provocados por radiação, atuando como barreira protetora ao material genético.
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Apesar de viverem apenas alguns meses em atividade plena, os tardígrados podem permanecer em suspensão por longos períodos, sem água, oxigênio ou metabolismo detectável.
Essa característica desafia o próprio conceito de vida ativa e faz desses animais referências em pesquisas de astrobiologia, já que indicam a possibilidade de organismos parecidos sobreviverem em ambientes extraterrestres.