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O local, que abriga a jararaca-ilhoa espécie criticamente ameaçada e considerada a mais venenosa do Brasil é tão restrito que apenas pesquisadores podem pisar em seu território
Região abriga a jararaca-ilhoa, considerada a cobra mais peçonhenta do Brasil / Reprodução/Youtube
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No litoral sul de São Paulo, existe uma ilha que desperta medo e curiosidade. Conhecida como Ilha das Cobras, ela é cercada por lendas e histórias reais que misturam perigo, mistério e ciência.
O local, que abriga a jararaca-ilhoa — espécie criticamente ameaçada e considerada a mais venenosa do Brasil — é tão restrito que apenas pesquisadores podem pisar em seu território.
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O desaparecimento recente de uma lancha próximo à região voltou a chamar atenção para esse pedaço de terra isolado e praticamente intocado, localizado entre as cidades de Peruíbe e Itanhaém.
A Ilha da Queimada Grande ganhou o apelido de Ilha das Cobras por abrigar uma das maiores densidades de serpentes do planeta. Ali vive a jararaca-ilhoa, espécie única que não existe em nenhum outro lugar do mundo.
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O nome “Queimada” surgiu porque pescadores tentavam afastar os animais colocando fogo na vegetação, uma prática hoje proibida. Apesar disso, o apelido reforçou a aura de mistério e perigo ao redor da ilha.
Isolada do continente, a ilha funciona como um laboratório natural. Pesquisadores investigam ali fenômenos de evolução e adaptação, enquanto buscam proteger a biodiversidade que corre risco de desaparecer.
Além das cobras, a região abriga aves como o atobá, insetos, lagartos e aranhas, formando um ecossistema único no Brasil. Cada espécie tem papel essencial na manutenção desse equilíbrio delicado.
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A jararaca-ilhoa, por exemplo, desenvolveu características próprias ao longo do tempo, tornando-se um dos principais objetos de estudo de cientistas ligados ao Instituto Butantan e universidades.
Segundo especialistas, a pesquisa nesse espaço ajuda a compreender como espécies isoladas evoluem e como podem contribuir para descobertas científicas, inclusive na produção de medicamentos.
Desembarcar na ilha não é simples. O costão rochoso torna a chegada perigosa e apenas profissionais autorizados pelo ICMBio, com licença do SISBio, podem realizar a travessia.
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Os pesquisadores usam roupas especiais e equipamentos de manejo, como pinças herpetológicas e tubos de contenção. Cada passo é calculado para evitar acidentes com as cobras, que estão espalhadas por toda a ilha.
Por esse motivo, o acesso de turistas é totalmente proibido. O objetivo é preservar tanto a fauna quanto os próprios visitantes, já que um encontro inesperado com a jararaca-ilhoa pode ser fatal.