07 de Outubro de 2024 • 08:20
Gruta "chora" a água benzida pelo padre José de Anchieta (Foto ilustrativa) / Foto de Josh Hild/Pexels
No canto esquerdo da famosa praia do Sununga, em Ubatuba, litoral norte de SP, há uma gruta de fácil acesso, onde qualquer pessoa pode chegar caminhando. Dela, pinga uma água dita abençoada e que tem poder milagroso; uma água abençoada por um padre jesuíta, ficando conhecida como a "Gruta que Chora".
A lenda popular conta que, há muitos e muitos anos, essa gruta - hoje muito visitada diariamente - era a casa de um terrível monstro marinho. Com mais de 2 metros de altura, garras afiadas e ótimo reflexo, o bicho botava medo em todos os que ousavam chegar próximo ao local.
Dizem que o seu alvo favorito eram os barcos pesqueiros e sua tripulação. Sem dó e com muita astúcia, a criatura capturava as pessoas e as arrastava para dentro da gruta onde, friamente, arrancava sua pele antes de devorá-las vivas.
Como na época não havia a tecnologia de hoje em dia, as pessoas apenas desapareciam e não se sabia a razão. Ninguém desconfiava de que ali, naquele lugar tão belo e perfeito, um monstro cruel morasse.
Porém, em um final de tarde chuvoso e com trovoadas, um pescador conseguiu escapar das garras do monstro e correu para buscar ajuda, com a lenda da tal besta devoradora de humanos sendo atribuída aos milhares de desaparecimentos anteriores naquela região.
O padre jesuíta José de Anchieta, um dos fundadores das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, então, foi até a gruta com a certeza de que o monstro era coisa do diabo e, sem recuar, jogou água benta na fera, que grunhiu de dor enquanto pulava desesperada no mar, para nunca mais ser vista.
Anchieta, então, benzeu toda a gruta com a sua água santa e disse que ela pingaria ali para todo o sempre protegendo-a da volta do monstro, que nunca mais foi visto.
Quem vai até o lugar, além de tirar belas fotos, observa que, sim, pinga bastante quantidade de água de sua entrada, principalmente quando as ondas do mar quebram mais forte e causam micro vibrações em sua estrutura. Isso se dá pois, em cima dela, corre uma nascente, e a água acaba passando por ali, umedecendo-a.
Todavia, ignorando essa explicação científica, muitos vão até o local para tocar na água abençoada pelo padre José de Anchieta, pedir graças e até beber uns goles dela para tratar doenças digestivas.
Alguns levam pequenos frascos para colocar um pouquinho que seja dessa água sagrada para casa.
E o monstro, por onde será que anda?
*Com informações de pesquisas relacionadas ao folclore no litoral de SP em diversos sites e publicações na internet
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