Carta foi encontrada por senhora e carregava mensagem para família dos soldados / Reprodução/YouTube
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Uma garrafa lançada ao mar por dois soldados australianos há mais de cem anos foi descoberta em uma praia no sudoeste da Austrália, contendo mensagens escritas durante a Primeira Guerra Mundial.
As notas, datadas de 15 de agosto de 1916, foram redigidas por Malcolm Alexander Neville, de 27 anos, e William Kirk Harley, de 37, enquanto viajavam rumo aos campos de batalha na França.
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De acordo com a ABC News, a garrafa foi encontrada por Debra Brown, seu marido e a filha, durante uma limpeza na praia de Wharton, próxima a Esperance, na costa ocidental do país.
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O frasco de vidro, da marca Schweppes, estava parcialmente enterrado na areia. Ao notar papéis dentro, a família decidiu abrir o recipiente e, apesar de úmidas, as cartas ainda podiam ser lidas.
Os soldados estavam a bordo do navio HMAT A70 Ballarat, a caminho das trincheiras da Frente Ocidental.
Em sua carta, Neville escreveu à mãe, dizendo que a comida no navio era “muito boa” e que todos estavam “felizes como Larry”, expressão australiana antiga que significa “muito contentes”. Ele pediu que, caso a garrafa fosse encontrada, a mensagem fosse entregue à sua mãe.
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Harley, cuja mãe já havia falecido, endereçou sua nota a quem encontrasse a garrafa, desejando “que o destinatário estivesse tão bem como nós estamos agora”.
Poucos meses depois, Neville foi morto em combate aos 28 anos. Harley sobreviveu à guerra, embora tenha sido ferido duas vezes.
Morreu em 1934, em Adelaide, de câncer, doença que, segundo a família, pode ter sido consequência da exposição a gases tóxicos nas trincheiras.
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Após o achado, Debra Brown decidiu rastrear os descendentes dos soldados. Com ajuda de registros civis, localizou Herbie Neville, sobrinho-neto de Malcolm, e os familiares de Harley.
Herbie contou à ABC News que a descoberta foi “inacreditável” e que a família ficou “profundamente emocionada” ao ler as palavras do antepassado.
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Já Ann Turner, neta de Harley, afirmou que ela e os outros quatro netos ficaram “absolutamente maravilhados” e descreveram o achado como “um verdadeiro milagre”, dizendo que foi “como se o avô tivesse falado do além”.
Segundo o professor Charitha Pattiaratchi, especialista em oceanografia costeira da Universidade da Austrália Ocidental, a garrafa provavelmente ficou apenas algumas semanas no mar antes de chegar à praia de Wharton, onde permaneceu enterrada por mais de um século.
Recentes marés fortes e a erosão das dunas podem ter revelado o local onde estava escondida.
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Agora, Debra Brown pretende entregar oficialmente as cartas às famílias dos dois soldados, que enxergam nelas uma conexão viva com o passado e um testemunho comovente da coragem e humanidade de quem enfrentou a Primeira Guerra Mundial.