As principais atividades registradas ocorreram durante a Era Mesozoica, entre 200 e 60 milhões de anos atrás / Freepik
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Muita gente nem imagina, mas um dos vulcões mais antigos do planeta, com cerca de 1,9 bilhão de anos, fica no Brasil.
É o Vulcão Amazonas, localizado na região de Uatumã, no Pará, uma área da Amazônia muito mais lembrada por sua biodiversidade do que por sua história geológica.
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Com cerca de 22 km de diâmetro, o vulcão é uma peça fundamental para entender como a região foi moldada ao longo da Era Paleoproterozóica.
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Na época, sucessivas erupções influenciaram a paisagem, a composição das rochas e até a distribuição de minerais valiosos.
A formação do Vulcão Amazonas está ligada a processos tectônicos antigos, envolvendo a interação entre placas oceânicas e continentais.
Esses eventos desencadearam grandes episódios de vulcanismo, responsáveis por depósitos de minerais como ouro, cobre e elementos raros.
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Pesquisas indicam que a Amazônia passou por três grandes fases vulcânicas: há 2 bilhões, 1,88 bilhão e 1,78 bilhão de anos. Mesmo extinto, o vulcão continua sendo essencial para estudos sobre a origem geológica da América do Sul.
A densa floresta amazônica dificulta as pesquisas, mas novas tecnologias de sensoriamento remoto vêm permitindo avançar no mapeamento dessa estrutura monumental.
O Pará não é o único lugar com história vulcânica no Brasil. Entre São João da Boa Vista (SP) e Poços de Caldas (MG) fica outra estrutura impressionante: uma caldeira vulcânica de 40 km de diâmetro, formada há cerca de 80 milhões de anos.
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Esse grande anel montanhoso surgiu a partir de uma intrusão de rochas alcalinas que elevou o terreno e criou o que hoje conhecemos como Complexo Alcalino de Poços de Caldas, único no mundo em sua composição.
O centro da antiga cratera abriga Poços de Caldas, famosa pelas águas termais, serras ao redor e riqueza mineral. Apesar de boatos, geólogos garantem: o vulcão está extinto e não apresenta qualquer risco.
O Brasil está localizado no centro da Placa Sul-Americana, longe de zonas de subdução, onde a maior parte dos vulcões ativos do mundo se forma. Por isso, estruturas vulcânicas são raras no território brasileiro.
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As principais atividades registradas ocorreram durante a Era Mesozoica, entre 200 e 60 milhões de anos atrás, período ligado ao rompimento do supercontinente Gondwana e à abertura do Oceano Atlântico.
Outros vestígios desse passado estão nas rochas basálticas da Bacia do Paraná, presentes em áreas como o Parque Nacional de São Joaquim (SC). Hoje, não há nenhum vulcão ativo no país.
Essas formações extintas guardam pistas valiosas sobre a evolução da Terra, ajudam pesquisadores a reconstruir a história do continente e ainda movimentam o turismo, especialmente na região de Poços de Caldas, onde natureza, águas termais e geologia se misturam.
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A existência de vulcões tão antigos em território brasileiro reforça que, muito antes de ser o país de florestas e praias, o Brasil já era palco de eventos geológicos grandiosos.