O novo padrão é mais compacto, mais seguro e compatível com plugues europeus de dois pinos / Imagem gerada por IA/ImageFX
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Nos últimos anos, a África do Sul passou a conviver com dois mundos elétricos dentro de uma mesma parede: o antigo padrão de tomada de três pinos largos, conhecido há décadas pelos moradores, e um modelo mais compacto que começa a aparecer discretamente em edifícios recém-construídos.
Esse novo formato, o chamado padrão ZA, vem sendo promovido como a futura identidade elétrica do país, embora a sua adoção aconteça a passos curtos.
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A mudança não surgiu de um dia para o outro. Ela se conecta a um esforço internacional iniciado ainda nos anos 1980, quando técnicos de vários países tentaram criar um plugue universal para sistemas de 250 volts.
A iniciativa acabou não se tornando global, mas a África do Sul decidiu levar a ideia adiante e incorporá-la ao seu próprio sistema elétrico.
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Desde então, o país vem costurando uma transição que mistura regulamentação, adaptação do mercado e uma boa dose de paciência.
O governo sul-africano incluiu o padrão ZA nas normas oficiais muito antes de exigir sua presença nas construções. Ele só passou a aparecer de maneira obrigatória em novos projetos a partir de 2020.
Mesmo assim, edifícios mais antigos continuam funcionando com o sistema tradicional, que não precisa ser substituído, e nem deve ser num futuro próximo. Varejistas, por sua vez, ainda oferecem adaptadores e componentes para ambos os padrões, o que permite que a convivência entre eles seja relativamente tranquila.
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Dica do editor:
Por trás da decisão de manter o país nessa lenta migração há motivos práticos. O novo modelo é menor, facilita a instalação de várias tomadas lado a lado e se adapta melhor aos aparelhos modernos, especialmente aqueles que usam plugues de dois pinos europeus, hoje amplamente presentes em carregadores e eletrônicos portáteis.
Ele também reduz riscos ligados ao uso exagerado de extensões, um problema comum em residências sul-africanas, e traz melhorias de segurança graças ao design dos pinos.
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Apesar disso, o padrão tradicional continua presente em muitos eletrodomésticos robustos. Geladeiras, fogões, fornos e micro-ondas ainda saem de fábrica com o plugue antigo, enquanto produtos menores como ferramentas, acessórios de beleza e dispositivos eletrônicos, já começam a migrar para o ZA.
Órgãos como o SABS e o NRCS atuam mais no papel de coordenação e fiscalização normativa do que de imposição forçada.
A estratégia adotada por eles é permitir que o próprio mercado absorva o novo padrão no seu ritmo, ao contrário do que ocorreu com lâmpadas incandescentes e fluorescentes, cuja retirada exigiu cronogramas rígidos.
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No caso das tomadas, não existe urgência ambiental ou pressão internacional capaz de justificar uma mudança brusca.
O resultado disso é um cenário de transição civilizada, quase imperceptível para o consumidor comum, mas que tende a remodelar lentamente o ambiente elétrico do país.
Em vez de substituir o passado de uma vez, a África do Sul parece ter escolhido conviver com ele enquanto constrói, pouco a pouco, a infraestrutura que pretende usar no futuro.
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