Especialistas explicam que o contexto familiar é mais importante do que ser ou não filho único / Freepik
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A velha imagem do filho único como uma criança mimada, solitária ou egoísta está com os dias contados. A ciência moderna vem desmontando essa reputação negativa, mostrando que eles se desenvolvem de forma tão saudável e sociável quanto as crianças com irmãos.
Pesquisas recentes comprovam que não há déficits nas habilidades sociais, personalidade ou motivação desses jovens. O segredo, segundo os especialistas, não está na estrutura da família, mas no ambiente que a rodeia.
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Além disso, a demógrafa Alice Goisis, da University College London, é enfática ao analisar as evidências. Ela afirma: "As evidências, em geral, não apoiam a ideia de que crianças criadas como filhos únicos tenham algum tipo de déficit em suas habilidades sociais, em comparação com crianças criadas com irmãos".
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Portanto, o que realmente importa para o desenvolvimento infantil não é a presença ou ausência de irmãos, mas o contexto socioeconômico e emocional. Estudos mostram que fatores como os recursos da família e a disponibilidade dos pais têm um impacto muito maior.
Por exemplo, a pesquisa de Goisés revela que, dependendo do país, ser filho único pode estar associado a resultados de vida positivos ou negativos, comprovando que a realidade dessas crianças é diversa e não cabe em um único rótulo.
Embora o desenvolvimento seja amplamente moldado pelo contexto, algumas características positivas costumam se destacar.
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A psicóloga clínica Linda Blair observa que os filhos únicos frequentemente apresentam uma excelência linguística notável, já que recebem a atenção e o estímulo verbal dos pais de forma ininterrupta. Consequentemente, essa habilidade pode levar a um melhor desempenho acadêmico.
Além disso, esses jovens se tornam especialistas em gerenciar seu próprio tempo, aprendendo a tomar decisões sobre seus passatempos sem a mediação de irmãos. Por fim, eles costumam desenvolver uma grande facilidade para criar laços com pessoas mais velhas, graças à sua convivência predominante com adultos.
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Por outro lado, a falta de irmãos pode trazer alguns desafios. O psicólogo Adriean Mancillas explica que, em lares com problemas, os irmãos podem atuar como uma rede de apoio, amortecendo o impacto de situações difíceis. Nesses casos, é fundamental que os pais busquem construir uma rede de apoio com amigos próximos ou outros familiares.
Outra questão é a possível falta da "esperteza de rua". A psicóloga Linda Blair se refere a isso como uma inteligência prática que se aprende na convivência intensa com colegas da mesma idade.
Como passam mais tempo sozinhos ou em ambientes estruturados, alguns filhos únicos podem, inicialmente, se sentir menos confortáveis em situações de bagunça ou agitação imprevisível.
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