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Feira literária estreia em Santos com autores da região e livros sobre diversos temas

A feira literária de Santos estreia no Hotel Parque Balneário reunindo autores santistas e livros com temas sobre filosofia, infância e futebol

Bruna Lima

Publicado em 22/08/2025 às 21:21

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Leandro Marçal, cronista e autor/ Reprodução/Arquivo pessoal
Leandro Marçal, cronista e autor/ Reprodução/Arquivo pessoal
Jô Camaño, autora de 'Caminhos de Athena'/ Reprodução/Arquivo pessoal
Jô Camaño, autora de 'Caminhos de Athena'/ Reprodução/Arquivo pessoal
Vanessa Ratton, escritora e editora/ Reprodução/Arquivo pessoal
Vanessa Ratton, escritora e editora/ Reprodução/Arquivo pessoal

Autores Santistas se reunem na primeira FLiS / Reprodução/Arquivo pessoal

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A primeira Feira Literária de Santos (FLiS) começa hoje, no Hotel Parque Balneário, com entrada gratuita. A feira se estende até o dia 25 de agosto e tem como tema da primeira edição “Se Essa Rua Fosse Minha... Santos nos encantos da Leitura”, com a participação de diversos autores renomados da região.

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“Santos sempre foi um celeiro de grandes artistas. Minha expectativa é que a cidade, cada vez mais, valorize seus escritores, mas, principalmente, que entendam que os artistas vivem de sua arte”, conta Vanessa Ratton, escritora vencedora do Prêmio Jabuti em 2023, na categoria Fomento à Leitura, com o livro Guerreiras da Ancestralidade.

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Além de escrever livros infantojuvenis, como Uma menina detetive e Quando a lua é cheia, Vanessa também é editora do projeto Mulherio das Letras, que integra mais de 7 mil mulheres do mundo inteiro.

Influências ancestrais 


A escritora vive em Santos com sua família, mas tem raízes miscigenadas — bisneta de indígena guarani e com raízes italianas por outra parte da família. Toda essa mistura influenciou sua arte. “Muitos dos meus livros denunciam maus-tratos com a natureza ou têm personagens indígenas, encantados ou personagens da Natureza se relacionando com humanos. Sementes e Pena Vermelhasão escritos já com o olhar do povo guarani para a Mãe Natureza”, descreve.

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Para Vanessa, que veio de uma família de atores, escrever é uma paixão, assim como o teatro. “Fui mãe duas vezes e não sobrava mais tempo para a dedicação e o comprometimento que o teatro exige. Então, voltei a escrever porque era uma maneira de dar vazão para minha veia artística.”

Literatura infantil


Então, se descobriu muito interessada em dedicar sua arte ao público infantil depois que participou de um projeto de leitura com crianças. “Foi a maior alegria da minha vida. As crianças fizeram perguntas ótimas e nos divertimos muito falando dos personagens. Saí de lá andando em nuvens e soube que era isso que me fazia feliz”, complementa.

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Por outro lado, ela sempre enfatiza questões sociais, mesmo em seus livros infantis. “Quero falar sobre o planeta, como a literatura, principalmente a infantil, pode contribuir para essa reconexão do homem com a natureza”, destaca.

“Eu chamo de literatura de ecoafetividade. Conhecermos, desde crianças, a natureza como nossa mãe. Assim como os povos originários se veem como parte dela, e não como algo exterior a eles, devemos nos reconectar com a natureza. Porque ela vive sem nós, mas nós não sobreviveremos sem ela e, infelizmente, estamos destruindo tudo”, comenta a escritora.

Crônicas e futebol


Outro santista que estará presente na FLiS é o cronista Leandro Marçal. Escritor desde 2017, o autor aborda temas como futebol e cotidiano em seus livros. Também escreve crônicas semanais no blog Tirei da Gaveta, sobre questões comuns do dia a dia.

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Seu último lançamento foi o livro Me vê dez médias, com diversos contos sobre a Baixada Santista. “Este é um livro com 14 contos ambientados na nossa região, por isso o nome tão típico da nossa linguagem na Baixada Santista. Cada uma das histórias é narrada por homens sem nome, carregando os pesos da brutalidade masculina. Os fatos, alguns violentos, acontecem em ruas, praças e avenidas conhecidas por quem mora aqui”, compartilha Marçal.

Torcedor de futebol desde criança, o escritor inclui sua paixão pelo esporte em seus livros. “O futebol faz parte do meu imaginário e bagagem cultural”, reflete. Também explica que escrever sobre isso foi um processo natural: “Da mesma forma que escrevo literatura a partir do cotidiano, vejo a literatura no futebol também.”

Leandro considera que faz uma literatura “pé no chão”, inspirada pelo dia a dia. “A vida comum me inspira a escrever. Nos últimos anos, tenho priorizado escrever histórias ambientadas na região. Minha literatura também trata da masculinidade e suas problemáticas, hoje de forma intencional. Escrevo sobre o que vejo; daí nasce minha literatura. Tudo isso se conecta”, expõe o escritor.

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Para ele, a feira representa uma oportunidade de novas pessoas conhecerem seus livros. “Ser lido por quem me conhece é fácil. Fazer esse trabalho ser expandido para outros públicos é um grande desafio.”

Estoicismo e filosofia


A cartomante Jô Camanõ, aposentada há 28 anos e acadêmica da Academia Santista de Letras, passou a se dedicar aos estudos esotéricos depois de sua aposentadoria. Mas, desde os 10 anos de idade, tem interesse pelo baralho cigano.

Seu livro mais recente, Caminhos de Athena, aborda a filosofia estoica. “O livro é do ponto de vista mitológico, sobre a deusa Athena, deusa da justiça e da sabedoria. Sinto uma grande sintonia com essa deusa”, comenta Jô.

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Ressalta que escrever sobre a deusa Athena foi como um chamado para ela. “Os meus livros são de uma linguagem simples. Eu escrevo o essencial, para que qualquer pessoa conheça o estoicismo e a deusa Athena.”

Com seus dias livres, escrever esse livro uma experiência necessária. “Foi como um chamado. Eu sempre escrevi muito, venci muitos concursos de poesia e crônicas, mas só comecei a escrever livros depois que entrei na Academia de Letras”, completa a cartomante.

Expectativa para a feira

As expectativas para o evento estão altas. “A feira de livros vai ser muito boa, é nos moldes da Bienal organizada pela Academia Santista de Letras, e todos os escritores vão estar lá, com mesas-redondas. Vão ser dias de muito estudo e muita convivência literária”, reflete.

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Vanessa Ratton tem outra perspectiva e expectativa para a feira e espera maior visibilidade para os escritores da região. “A maioria precisa sair da cidade para ter reconhecimento. Possibilitar esse encontro é incrível, mas comprar livros, ingressos e pagar cachês para os artistas se apresentarem e poderem viver do seu trabalho é sublime”, destaca.

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