A icônica propaganda da Embratel com a atriz Ana Paula Arósio / Youtube/Baú do SBT
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A Embratel marcou a história das telecomunicações no Brasil como a empresa que levou o DDD, o DDI e as transmissões via satélite para dentro da casa dos brasileiros. Criada em 1965 como estatal, ligada ao sistema Telebrás, ela nasceu com a missão de integrar o país por meio de ligações de longa distância, cabos submarinos e satélites, tornando-se sinônimo de chamadas interurbanas e internacionais e responsável por marcos como as grandes transmissões esportivas e o início da internet comercial por aqui.
Nos anos 1990, em meio ao processo de privatização do setor de telecomunicações, a Embratel foi leiloada e vendida à norte-americana MCI WorldCom. A operação fazia parte de uma reestruturação ampla, que quebrou o monopólio estatal e abriu espaço para empresas privadas. Poucos anos depois, porém, a controladora enfrentou um escândalo contábil e entrou em colapso financeiro, o que levou a Embratel a mudar novamente de mãos no começo dos anos 2000.
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Em 2004, a empresa foi adquirida pela mexicana Telmex, ligada ao grupo América Móvil, que também controla a operadora Claro. A partir daí, começou um processo gradual de integração: Embratel, Claro e, posteriormente, a Net passaram a atuar de forma coordenada, compartilhando infraestrutura e portfólio. Aos poucos, a marca Embratel deixou de dialogar diretamente com o consumidor final e passou a ser cada vez mais associada a serviços para grandes empresas, governo, conectividade de dados, soluções em nuvem e satélites.
Em 2015, a razão social foi unificada sob o nome Claro S.A., mas a marca Embratel seguiu viva no segmento corporativo, principalmente como interface com clientes de grande porte. A empresa continuou responsável por uma das maiores redes de fibra óptica do país, por operações de satélite e por projetos de comunicação crítica, mesmo sem o antigo protagonismo na publicidade e no varejo que teve nos anos 1980 e 1990.
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O desfecho dessa trajetória veio em 2025. Em abril, a Claro anunciou oficialmente o fim do uso da marca Embratel e a criação de uma estrutura unificada sob o nome Claro Empresas, que passa a concentrar todos os serviços B2B, de pequenos negócios a grandes corporações e governo. Na prática, clientes e contratos foram mantidos, a infraestrutura permanece a mesma, e a mudança é principalmente de posicionamento e comunicação: tudo o que antes era oferecido como Embratel agora é apresentado ao mercado como parte da plataforma Claro Empresas.
Em resumo, a Embratel não “acabou” do ponto de vista operacional, mas deixou de existir como nome próprio após quase 60 anos. O legado da antiga estatal – que ajudou a construir a rede de telecomunicações brasileira e foi símbolo de inovação em várias fases – segue dentro do guarda-chuva da Claro, enquanto a marca que embalou o famoso “Faz um 21” se despede oficialmente da paisagem de consumo e da memória recente do mercado.
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