SUSTENTABILIDADE
Mudanças na faixa de areia afetam destinos famosos como Maresias, Juquehy e Cambury, levantando alertas sobre o impacto do aquecimento global na costa de São Paulo
Algumas cidades estão começando a desaparecer com o avanço do mar / Freepik
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Em praias conhecidas por seu turismo intenso, como Maresias e Juquehy, o avanço das águas já reduziu significativamente a faixa de areia, em alguns pontos, a perda chega a 67 metros.
Enquanto as ondas se aproximam das construções, especialistas alertam que o fenômeno é um reflexo direto da elevação do nível do mar e da erosão costeira acelerada por ações humanas e pelas mudanças climáticas.
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Ao longo das últimas décadas, o Litoral Norte paulista vem registrando transformações visíveis em sua geografia. Trechos que antes comportavam barracas, faixas largas de areia e quadras de vôlei agora dão lugar ao mar, que avança pouco a pouco a cada temporada.
Segundo levantamentos técnicos, praias como Maresias, Juquehy, Baleia e Cambury foram algumas das mais afetadas. Em algumas delas, a redução chega a dezenas de metros, o suficiente para alterar paisagens e afetar a rotina de turistas e moradores.
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Além da erosão natural, fatores como construções próximas à faixa costeira e o aumento da força das ressacas intensificam o processo. A falta de vegetação e o uso inadequado do solo agravam o impacto das marés.
Veja também que o avanço do mar pode engolir duas cidades brasileiras até 2050, aponta relatório da ONU.
A diminuição das praias não traz apenas prejuízo visual. Em cidades que dependem fortemente do turismo, como São Sebastião, a mudança na paisagem tem reflexo direto na economia local. Estabelecimentos à beira-mar enfrentam riscos estruturais, e o espaço para atividades recreativas está cada vez mais restrito.
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Ambientalistas também alertam para a perda de habitats naturais de espécies costeiras, além da degradação de restingas e manguezais, ecossistemas essenciais para o equilíbrio ambiental e a proteção da orla.
Sem medidas de contenção, o cenário pode se agravar nas próximas décadas. Estudos indicam que o avanço do mar tende a acelerar caso o aquecimento global continue elevando o nível dos oceanos.
E vale lembrar que o avanço do mar já engoliu 15% das praias brasileiras e ameaça cidades inteiras.
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Autoridades e pesquisadores discutem alternativas para mitigar os danos e adaptar as cidades costeiras às novas condições. Entre as propostas estão a realocação de estruturas próximas à praia, o reflorestamento de áreas de restinga e o monitoramento contínuo do avanço do mar.
Em algumas praias, já há ações de recuperação da areia e contenção da erosão, mas especialistas defendem que essas medidas precisam ser acompanhadas de planejamento urbano sustentável e políticas ambientais consistentes.
A conscientização de moradores e turistas também é fundamental. O equilíbrio entre o uso turístico e a preservação ambiental será decisivo para que o Litoral Norte continue sendo um dos destinos mais procurados do estado, sem desaparecer sob as ondas.
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