Quase um terço das casas no litoral paulista fica vazio boa parte do ano / Imagem gerada por IA
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No litoral de São Paulo, quase um terço das casas passa boa parte do ano sem ninguém. A cena é comum: ruas silenciosas fora da temporada e imóveis à espera de férias ou fins de semana. Mas o que explica tantos endereços vazios?
Dados da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) mostram que, em 2022, 6% das casas paulistas eram de uso ocasional. No litoral, o índice salta para quase 33%, contra apenas 4,3% nas outras cidades. O contraste revela um fenômeno que mexe com a vida local.
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De casas de praia familiares a imóveis para locação por temporada, o litoral paulista virou vitrine de moradias que vivem em modo pausa. Essa escolha tem impacto no mercado, no turismo e até no comércio das cidades.
O litoral paulista é destino de férias e descanso, atraindo quem busca tranquilidade longe da rotina. Muitos compram casas para curtas estadias, deixando-as fechadas durante boa parte do ano, o que aumenta os números do estudo.
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Além do apelo turístico, há a valorização histórica da região. Famílias mantêm imóveis de décadas, usados apenas em feriados e férias escolares. Essa tradição ajuda a explicar por que tantas casas permanecem desocupadas fora da temporada.
Outro fator é o aluguel de curta duração, que cresce com plataformas digitais. Proprietários preferem manter a casa fechada até surgir um bom hóspede, deixando o imóvel disponível para períodos de alta demanda turística, mas fechado no resto do ano.
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Com tantas casas vazias, o movimento no comércio varia muito ao longo do ano. Fora da temporada, restaurantes, mercados e serviços locais recebem menos clientes, o que pode dificultar a sobrevivência de pequenos negócios.
O mercado imobiliário também sente o impacto. Imóveis de uso ocasional podem inflar preços, tornando mais difícil para moradores fixos encontrarem opções acessíveis. Essa alta afasta famílias que desejam viver na região.
Na outra ponta, a chegada de turistas em alta temporada aquece a economia. Hotéis, bares e lojas ganham fôlego. Mas a instabilidade ao longo do ano cria desafios para manter empregos e renda de forma constante.
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Segundo a Fundação Seade, em 2022, cerca de 6% das residências particulares de todo o estado de São Paulo tinham uso ocasional. O número, que já é expressivo, cresce de forma impressionante quando se olha apenas para o litoral.
Quase 33% das casas localizadas nas 15 cidades litorâneas são usadas para férias, descanso de final de semana ou aluguel de temporada. É uma proporção muito superior à média estadual e ao índice das cidades do interior.
Nas áreas não litorâneas, apenas 4,3% das casas têm esse uso. O contraste reforça como a vocação turística do litoral molda o mercado de moradias, criando um cenário único, cheio de oportunidades e desafios para a região.
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