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Estudo aponta que fissuras na 'Geleira do Apocalipse' podem gerar um verdadeiro estrago no planeta

Pesquisadores da Universidade de Manitoba, no Canadá, estudaram a Plataforma de Gelo Thwaites Leste (TEIS) entre 2002 e 2022

Fábio Rocha

Publicado em 12/11/2025 às 19:15

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A geleira Thwaites, na Antártica, é conhecida como a "Geleira do Apocalipse" por seu risco de colapso / AFP PHOTO/NASA/HANDOUT

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No silêncio gelado da Antártica, uma das maiores geleiras do planeta está passando por mudanças que preocupam cientistas de todo o mundo. 

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A Thwaites, conhecida como a “Geleira do Apocalipse”, apresenta sinais de fragilidade que, se culminarem em um colapso total, poderiam elevar o nível do mar em até 65 centímetros, afetando milhões de pessoas globalmente.

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Pesquisadores da Universidade de Manitoba, no Canadá, conduziram um estudo detalhado da Plataforma de Gelo Thwaites Leste (TEIS), utilizando imagens de satélite e dados de GPS coletados entre 2002 e 2022. 

Eles descobriram que rachaduras internas são o principal motor do enfraquecimento da geleira, mais relevante até que o derretimento causado pela água.

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Um colapso total da Thwaites poderia elevar o nível do mar em até 65 centímetros globalmente (imagens ilustrativas) / Imagens geradas por IA/ImageFX
Um colapso total da Thwaites poderia elevar o nível do mar em até 65 centímetros globalmente (imagens ilustrativas) / Imagens geradas por IA/ImageFX
O enfraquecimento da geleira é impulsionado principalmente por rachaduras internas, e não apenas pelo derretimento superficial
O enfraquecimento da geleira é impulsionado principalmente por rachaduras internas, e não apenas pelo derretimento superficial
A zona de cisalhamento, onde o gelo se deforma, apresenta rupturas contínuas que aceleram o deslizamento do gelo para o oceano
A zona de cisalhamento, onde o gelo se deforma, apresenta rupturas contínuas que aceleram o deslizamento do gelo para o oceano
A antiga ancoragem subaquática, que antes estabilizava a plataforma, agora contribui para sua fragilidade
A antiga ancoragem subaquática, que antes estabilizava a plataforma, agora contribui para sua fragilidade
Existe um efeito de retroalimentação positiva: quanto mais o gelo se rompe, mais rápido ele se move, gerando novas fraturas
Existe um efeito de retroalimentação positiva: quanto mais o gelo se rompe, mais rápido ele se move, gerando novas fraturas

A análise revelou que a chamada zona de cisalhamento, região onde o gelo se deforma e quebra, vem sofrendo rupturas contínuas. A antiga ancoragem subaquática, que ajudava a estabilizar a plataforma, agora parece contribuir para o deslocamento mais rápido do gelo em direção ao oceano. 

Fraturas longas e paralelas surgem junto a pequenas fissuras perpendiculares, acelerando o deslizamento do gelo e promovendo um efeito em cascata que aumenta o risco de desintegração.

Dica do editor: Submarino faz descoberta preocupante sobre a 'Geleira do Juízo Final'.

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Um dos aspectos mais preocupantes é a presença de um circuito de retroalimentação positiva: quanto mais o gelo se fragmenta, mais rapidamente ele se move, gerando ainda mais fraturas. 

Essa dinâmica interna indica que a geleira não depende apenas do derretimento externo para enfraquecer, mas sim de processos estruturais internos que podem levar a um colapso abrupto.

Para mapear essas transformações, os cientistas monitoraram três regiões da plataforma: a zona de cisalhamento, a área central e a região a montante. 

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A combinação de imagens de satélite de alta resolução (Landsat e Sentinel-1) e dados de GPS permitiu acompanhar a formação, a expansão e a direção das fraturas ao longo de duas décadas.

O impacto de um possível colapso da Thwaites seria global. A perda da plataforma oriental reduziria a sustentação do gelo terrestre, acelerando o fluxo de gelo para o mar e contribuindo para uma elevação significativa do nível do oceano. 

Além disso, o padrão de fraturas observado serve como alerta para outras plataformas antárticas, que podem estar em risco semelhante.

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Segundo os pesquisadores, compreender esses processos é fundamental para prever futuros comportamentos das geleiras e os efeitos no clima e no nível do mar. 

A pesquisa destaca a importância de observar não apenas o derretimento superficial, mas também os mecanismos internos que podem transformar a Antártica em um fator decisivo para o futuro ambiental do planeta.

Principais pontos:

  • A geleira Thwaites, na Antártica, é conhecida como a “Geleira do Apocalipse” por seu risco de colapso.
  • Um colapso total da Thwaites poderia elevar o nível do mar em até 65 centímetros globalmente.
  • Pesquisadores da Universidade de Manitoba, no Canadá, estudaram a Plataforma de Gelo Thwaites Leste (TEIS) entre 2002 e 2022.
  • O enfraquecimento da geleira é impulsionado principalmente por rachaduras internas, e não apenas pelo derretimento superficial.
  • A zona de cisalhamento, onde o gelo se deforma, apresenta rupturas contínuas que aceleram o deslizamento do gelo para o oceano.
  • A antiga ancoragem subaquática, que antes estabilizava a plataforma, agora contribui para sua fragilidade.
  • Existe um efeito de retroalimentação positiva: quanto mais o gelo se rompe, mais rápido ele se move, gerando novas fraturas.
  • O estudo monitorou três regiões da plataforma usando satélites de alta resolução e GPS, registrando fraturas ao longo de 20 anos.
  • A perda da plataforma oriental facilitaria o fluxo de gelo para o mar e teria impacto direto no aumento do nível do oceano.
  • Os resultados ajudam a compreender os processos internos das geleiras e a prever os efeitos futuros no clima e no nível do mar.
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