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Estrutura gigante submersa intriga cientistas e pode reescrever a pré-história

Objeto de mais de 120 metros foi construída há mais de 7 mil anos

Luna Almeida

Publicado em 20/12/2025 às 12:38

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O achado foi feito nas proximidades da ilha de Île de Sein, na região da Bretanha / SAMM, 2023 / Yves Fouquet et al.

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Uma descoberta recente no fundo do mar próximo à costa francesa tem chamado a atenção da comunidade científica internacional. Arqueólogos identificaram uma extensa estrutura de pedra submersa, construída há mais de sete mil anos, que pode ajudar a recontar a história das populações costeiras da Europa na Idade da Pedra.

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O achado foi feito nas proximidades da ilha de Île de Sein, na região da Bretanha. A poucos metros abaixo da superfície do mar, mergulhadores localizaram uma enorme parede de granito que atravessa um antigo vale hoje completamente inundado. 

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Estudos indicam que a construção foi erguida entre 5800 e 5300 a.C., período em que o nível do mar era significativamente mais baixo do que o atual.

Uma estrutura monumental sob a água

Os pesquisadores identificaram outras estruturas menores espalhadas pela área / SAMM, 2023 / Yves Fouquet et al. Revista Internacional de Arqueologia Náutica (2025)

A principal formação se estende por mais de 120 metros e é composta por grandes blocos de granito empilhados, reforçados por cerca de 60 monólitos e lajes posicionadas verticalmente. 

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Algumas dessas pedras chegam a quase dois metros de altura, o que demonstra um elevado grau de organização e esforço coletivo por parte das comunidades que a construíram.

Além da muralha principal, os pesquisadores identificaram outras estruturas menores espalhadas pela área. Elas seguem o mesmo padrão construtivo ou aparecem como paredes mais estreitas, adaptadas às depressões naturais do terreno submerso. 

Uma dessas formações, chamada YAG3C, consiste em uma fileira de cerca de 50 metros de comprimento, formada por monólitos posicionados muito próximos uns dos outros, em alguns trechos dispostos em linhas paralelas.

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Tecnologia moderna revelou vestígios antigos

A estrutura foi detectada inicialmente em 2017, durante um mapeamento do fundo marinho realizado com tecnologia a laser. 

A partir daí, campanhas de investigação subaquática conduzidas entre 2022 e 2024 confirmaram que as formações não eram naturais, mas sim resultado de intervenção humana.

Com base nas análises iniciais, os pesquisadores acreditam que as estruturas menores funcionavam como armadilhas de pesca, aproveitando o relevo para capturar peixes. 

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Já a grande muralha pode ter servido como uma forma primitiva de proteção costeira ou até mesmo como um marco territorial, delimitando áreas de uso ou ocupação.

Um passado costeiro ainda pouco conhecido

A equipe científica agora trabalha para refinar as datações, estudar com mais detalhes as técnicas de construção e reunir novas evidências sobre a comunidade costeira que habitava a região antes da elevação do nível do mar. 

A pesquisa lança luz sobre modos de vida pouco documentados, mostrando que populações pré-históricas já modificavam a paisagem de forma sofisticada muito antes do surgimento das grandes civilizações conhecidas.

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Os resultados do estudo foram publicados no International Journal of Nautical Archaeology e reforçam a ideia de que parte importante da história humana pode estar escondida sob as águas, aguardando novas descobertas.

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