Descoberta da opala em Pedro II aconteceu por acaso, no fim dos anos 1960 / Divulgação
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No coração da Serra da Ibiapaba, no Norte do Piauí, está Pedro II — uma cidade charmosa, de clima ameno e paisagens que misturam montanhas, verde e história. Mas é no subsolo que se encontra seu verdadeiro tesouro: a opala nobre, uma das pedras mais raras e cobiçadas do mundo.
Essa gema única, famosa pelo jogo de cores hipnotizante, só é encontrada em dois lugares no planeta: na Austrália e em Pedro II. No Brasil, é exclusividade dessa cidade piauiense, que há décadas transforma pedra em arte e trabalho em identidade cultural.
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A descoberta da opala em Pedro II aconteceu por acaso, no fim dos anos 1960. Agricultores da região, ao cavar a terra para plantar, se depararam com pedras que brilhavam sob a luz do sol. A partir dali, nasceu um garimpo que mudou o destino da cidade.
Desde então, a opala nobre passou a ser extraída por pequenos garimpeiros locais, que enfrentam meses — às vezes anos — de trabalho duro em busca de uma boa pedra. O garimpo é rudimentar, guiado mais pela experiência e sorte do que por tecnologia, mas carrega um valor simbólico que vai além do mercado: é herança cultural e esperança de vida melhor para muitas famílias.
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Depois da extração, a pedra bruta passa por mãos habilidosas. Lapidadores locais dão forma e brilho à opala, valorizando seu potencial estético. O trabalho artesanal é minucioso: cada corte revela novas nuances de cor e luz. Em seguida, as gemas ganham vida nas criações de designers da própria cidade, que produzem peças exclusivas, com identidade brasileira.
Essas joias circulam em feiras, vitrines especializadas e até no mercado internacional. Ainda assim, apenas uma pequena parte das reservas da região foi explorada, o que torna a opala de Pedro II ainda mais rara e desejada.
Mais do que um recurso mineral, a opala nobre é um símbolo para os moradores de Pedro II. Ela movimenta a economia local, envolve gerações e fortalece o turismo — especialmente durante o tradicional Festival de Inverno, que atrai visitantes interessados tanto na música quanto nas gemas.
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Em um país de dimensões continentais, Pedro II ocupa um lugar singular no mapa. Sua opala nobre é, ao mesmo tempo, riqueza geológica, patrimônio cultural e história viva de um povo que aprendeu a lapidar a própria identidade.