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O cometa promete um espetáculo raro no céu noturno e se torna a melhor chance do ano para quem quer registrar imagens astronômicas impressionantes
O cometa Lemon, previsto para atingir o auge do brilho entre outubro e novembro de 2025, será visível sob céus escuros e deve exibir uma longa cauda luminosa / Don Heffernan/Wikimedia Commons
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O cometa Lemmon (C/2025 A6), é um cometa não periódico, descoberto no início de janeiro deste ano, pelo observatório Mount Lemmon Survey, nos Estados Unidos. Ele dá uma volta completa em torno do Sol a cada 1.350 anos, ou seja, é algo que só acontece uma vez a cada muitas gerações.
Ele vai chegar bem perto do Sol no dia 8 de novembro de 2025, ficando a cerca de 79 milhões de quilômetros dele, o que em termos astronômicos é bastante próximo. Essa passagem pelo periélio (ponto mais próximo do Sol) reduzirá o seu período orbital para cerca de 1.155 anos.
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Ele já pode ser visto do Hemisfério Norte com o auxílio de binóculos, porém segundo o site StarWalk, que traz previsões para observação, no Hemisfério Sul o cometa ainda não está bem posicionado, mas deverá começar a aparecer a partir de meados de novembro de 2025.
A magnitude é uma forma usada pelos astrônomos para medir o brilho dos astros vistos da Terra. A escala pode parecer confusa, porque quanto menor o número, mais brilhante o objeto. Por exemplo: o Sol tem magnitude –26, a Lua cheia cerca de –12, e as estrelas mais visíveis do céu estão por volta de 0 ou 1. O limite da visão humana, sob um céu escuro e sem poluição luminosa, é por volta de magnitude 6.
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O cometa Lemmon deve brilhar cada vez mais à medida que se aproxima do Sol, mas ainda há incertezas sobre quão visível ele será a olho nu. Os astrônomos estimam que o cometa possa atingir uma magnitude entre 3 e 5, dependendo da quantidade de gás e poeira que ele liberar quando ficar mais quente.
Como é um cometa novo e imprevisível, seu brilho pode variar. Se ele liberar muito material ao se aproximar do Sol (em 8 de novembro de 2025), sua cauda pode ficar mais longa e brilhante, facilitando a observação. Mas, se a atividade for mais fraca, ele pode continuar visível apenas com binóculos, especialmente no Brasil.
Veja a evolução da magnitude do cometa Lemmon até agora:
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Atualmente, o Lemon está se movendo rapidamente em direção ao interior do Sistema Solar, e o ponto mais próximo da Terra será em 21 de outubro de 2025, quando passará a cerca de 89 milhões de km de nós, uma distância segura mas próxima o bastante para permitir observações.
Depois disso, ele seguirá rumo ao periélio, o ponto mais próximo do Sol, que ocorrerá em 8 de novembro de 2025, a cerca de 79 milhões de km do Sol (0,53 unidade astronômica). Ao se aproximar do Sol, o calor faz o gelo e o pó do cometa se desprenderem de seu núcleo, formando a cauda luminosa, a imagem mais característica desse tipo de corpo celeste.
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Após o periélio, o cometa começará a se afastar novamente para as regiões externas do Sistema Solar, tornando-se cada vez menos visível.
Confira uma linha do tempo completa da trajetória do cometa pelo Brasil:
O cometa Lemmon começa a se deslocar rapidamente em direção ao Sol e à Terra. Ainda está mais visível no Hemisfério Norte, mas já começa a se aproximar da posição que permitirá ser visto no Brasil nas semanas seguintes.
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Astrônomos e observadores mais experientes no Sul e Sudeste podem tentar encontrá-lo no horizonte leste antes do amanhecer, com binóculos ou telescópios pequenos. Nessa fase, o brilho ainda é fraco (por volta de magnitude 7), mas o cometa começa a subir gradualmente no céu.
O cometa atinge sua máxima aproximação com a Terra, a cerca de 89 milhões de km, esse é o início do melhor período de observação no Brasil, o Lemmon começa a migrar para o céu do entardecer, visível logo após o pôr do sol, na direção oeste/noroeste.
Regiões com céus limpos e pouca poluição luminosa (como interior de São Paulo, Minas, Paraná e Rio Grande do Sul) terão as melhores chances de observação.
Durante o fim de outubro, o cometa deve atingir magnitude entre 4 e 5, ficando potencialmente visível a olho nu sob um céu escuro. É o momento ideal para sair da cidade, olhar para o oeste logo após o pôr do sol e procurar sua cauda luminosa e esverdeada, que deve começar a se destacar nas fotografias.
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A chamada “Lua do Castor” (Beaver Moon) será uma superlua, muito próxima da Terra e extremamente brilhante. Durante alguns dias, a luz lunar pode ofuscar o brilho do cometa, dificultando observações urbanas.
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O cometa chega ao ponto máximo de sua aproximação ao Sol: 79 milhões de km de distância (0,53 UA). O calor faz sua cauda crescer e brilhar mais, e ele segue visível ao entardecer, especialmente no oeste e noroeste do céu.
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Esse é o último período bom para observar o cometa. O brilho começa a diminuir, mas ainda é possível observar o cometa com binóculos. Ele continua se deslocando lentamente em direção ao noroeste, desaparecendo gradualmente conforme se afasta do Sol.
O Lemmon perde força e deixa de ser visível a olho nu.A partir de agora, apenas observatórios e telescópios potentes conseguirão registrá-lo. Ele seguirá rumo ao espaço profundo e só voltará a se aproximar da Terra daqui a mais de 1.300 anos.
Dependendo do brilho, talvez seja necessário equipamento. Mesmo que se torne visível a olho nu, dois itens ajudam bastante:
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O cometa Lemmon promete ser uma das melhores oportunidades do ano para quem gosta de astrofotografia. Previsto para ser o cometa mais brilhante de 2025, ele deve se destacar sob céus escuros, exibindo uma longa cauda luminosa, sendo um verdadeiro espetáculo para as câmeras.
Antes de começar a fotografar, vale lembrar dois detalhes fundamentais:
A seguir, veja como capturar o cometa com diferentes tipos de equipamentos:
Mesmo com um smartphone, é possível registrar o cometa. Ele deve aparecer como uma mancha suave no céu, com a cauda pouco perceptível, mas ainda assim vale a tentativa. Se você não conseguir vê-lo a olho nu, uma foto pode revelá-lo. Basta localizar sua posição, ajustar as configurações e registrar.
Se o celular tiver modo Pro, use:
Essa configuração permite registrar a paisagem e o cometa juntos, ou um plano mais fechado destacando a cauda. Configurações sugeridas:
Essa combinação amplia o núcleo do cometa e parte da cauda. Sem rastreamento, mantenha exposições curtas para evitar borrões. Configurações sugeridas:
Um rastreador estelar acompanha o movimento do céu, permitindo exposições longas e revelando detalhes sutis na cauda. Configurações sugeridas:
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É a configuração dos resultados mais detalhados. Essa combinação revela estruturas finas da cauda e até diferenças de cor, como a cauda azulada (iônica) e a amarelada (de poeira). Configurações sugeridas:
O cometa Lemmon (C/2025 A6) é mais do que um evento astronômico, é um lembrete da grandiosidade e do mistério do Universo. Seja com um telescópio sofisticado ou apenas com o celular apontado para o céu, cada registro será único.
Afinal, este visitante cósmico só voltará a se aproximar da Terra daqui a mais de 1.300 anos. Aproveite o momento, olhe para o alto e acompanhe um pedaço da história estelar.