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Estudiosos da Universidade de Toronto e do Baycrest Health Sciences descobriram que essa falha discreta pode ser uma das primeiras indicações de declínio cognitivo
A fala hesitante e mais lenta, com pausas frequentes, está diretamente ligada à saúde cognitiva geral / Freepik/katemangostar
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Conversar com alguém que, no meio da frase, diz “ah, qual é a palavra que estou procurando?” é algo bastante comum. Essa dificuldade de encontrar palavras (chamada de DWF, na sigla em inglês) pode parecer inofensiva, mas para os cientistas ela é um importante sinal de como o cérebro está envelhecendo.
Estudiosos da Universidade de Toronto e do Baycrest Health Sciences descobriram que essa falha discreta pode ser uma das primeiras indicações de declínio cognitivo.
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Segundo os pesquisadores, essa dificuldade vai além de lapsos ocasionais. A fala hesitante e mais lenta, com pausas frequentes e expressões como “hum” ou “uh”, está diretamente ligada à saúde cognitiva geral.
Estudos mostram que adultos que mantêm um fluxo verbal constante ao longo da vida tendem a ter maior longevidade e melhor qualidade de vida, em comparação com aqueles cuja fala se torna cada vez mais travada e incerta.
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A DWF pode ser uma pista valiosa para os médicos, ajudando a identificar o início de problemas neurológicos anos antes de outros sintomas mais evidentes.
Os estudos apontam que as áreas cerebrais envolvidas na DWF são as mesmas afetadas nas fases iniciais da doença de Alzheimer, o que torna esse padrão de fala um possível marcador precoce para o diagnóstico da condição.
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Para facilitar o entendimento, os cientistas comparam o cérebro envelhecido a um computador antigo. De acordo com a chamada “teoria da velocidade de processamento”, o cérebro continua funcionando e processando informações, mas de forma mais lenta.
Assim como um laptop que demora para abrir arquivos, o cérebro precisa de mais tempo para recuperar as palavras certas, o que leva a pausas e ao famoso momento de “ponta da língua”.
Essas pausas, que podem parecer simples esquecimentos, refletem a lentidão na transmissão dos sinais neurais. Os cientistas destacam que é importante observar se isso acontece de forma esporádica ou se passa a ser uma constante no modo de se comunicar.
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Quando se torna frequente, pode ser hora de buscar uma avaliação mais detalhada da saúde cerebral.
O estudo ressalta ainda que manter uma comunicação ativa, com conversas regulares e desafios mentais, pode ajudar a preservar as conexões cerebrais e retardar o envelhecimento cognitivo.