Em média, cada aparelho pode conter cerca de 450 miligramas de ouro de 22 quilates / wirestock/freepik
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Você provavelmente tem ouro em casa e nem sabe. Um dos metais mais valiosos do mundo, o ouro está presente em dispositivos eletrônicos do dia a dia, como celulares, computadores, micro-ondas e até em eletrodomésticos menores.
Em média, cada aparelho pode conter cerca de 450 miligramas de ouro de 22 quilates, um detalhe surpreendente que costuma passar despercebido.
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O que muita gente ignora é que, muitas vezes, esses dispositivos são descartados como lixo comum. E junto com eles, vai embora uma quantidade significativa de ouro.
O motivo da presença do metal é simples: o ouro é um excelente condutor de eletricidade e, ao contrário de outros metais, não oxida. Isso o torna ideal para conexões de alta performance, como as encontradas em placas de circuito eletrônico.
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Inclusive, há um dispositivo que está ganhando força e deve substituir os celulares em 5 anos.
Diante do crescente desperdício, pesquisadores da ETH Zurich, na Suíça, desenvolveram uma técnica inovadora para extrair esse ouro de forma sustentável.
E o mais curioso: o ingrediente central do processo é algo que você provavelmente tem na geladeira neste momento: o queijo.
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Mais precisamente, os cientistas descobriram que as proteínas do soro do leite, subproduto da fabricação de queijo, podem ser transformadas em uma espécie de “esponja” altamente seletiva, capaz de capturar ouro.
Esse processo transforma o que antes era um resíduo da indústria alimentícia em um recurso valioso para a reciclagem tecnológica.
A técnica funciona da seguinte maneira: primeiro, as proteínas do soro do leite são tratadas quimicamente até se tornarem uma esponja. Depois, placas de circuito eletrônico são dissolvidas em ácido, liberando seus metais.
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Em seguida, a esponja de proteína filtra seletivamente o ouro, separando-o de outros componentes. Por fim, o metal é purificado e transformado em pepitas de 22 quilates, com 91% de pureza.
O resultado é expressivo: de apenas 10 placas de circuito é possível extrair ouro no valor estimado de R$ 170 mil, de acordo com a cotação atual do metal. Além disso, a técnica alia inovação e sustentabilidade, reaproveitando resíduos de duas áreas: o lixo eletrônico e os subprodutos da indústria de laticínios.
Em 2023, o mundo descartou 53 milhões de toneladas de lixo eletrônico. Grande parte desse volume acaba em aterros sanitários, contribuindo para a poluição ambiental e a perda de recursos valiosos.
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A reciclagem inteligente, como a desenvolvida na Suíça, surge como uma solução promissora, ajudando tanto o meio ambiente quanto setores da economia.
Contudo, vale o alerta: mesmo parecendo simples, o processo de extração de ouro não pode ser feito em casa. O uso de ácidos perigosos e a necessidade de controle de temperatura exigem um ambiente altamente especializado.
A recomendação dos cientistas é que esse tipo de reciclagem seja realizado apenas por profissionais capacitados, em instalações apropriadas.
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