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Enterro lunar: quanto custa e como enviar as cinzas de alguém para a Lua

Empresas privadas usam carona em foguetes comerciais para levar restos mortais ao satélite

Jeferson Marques

Publicado em 26/12/2025 às 13:01

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Cápsulas levam restos mortais de entes queridos para a Lua / Imagem ilustrativa gerada por IA/DL

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Se os cemitérios terrestres parecem comuns demais para uma despedida, o setor funerário espacial tem uma alternativa final: a Lua. Empresas privadas já oferecem o serviço de enviar restos mortais humanos para o nosso satélite natural, transformando a superfície lunar em um memorial eterno. Mas a viagem não é barata e nem leva o corpo inteiro: o processo envolve cápsulas simbólicas, contratos internacionais e caronas em foguetes comerciais de empresas como a SpaceX.

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Como funciona o envio

Esqueça o caixão tradicional. Por questões de peso e engenharia, o "enterro espacial" transporta apenas uma porção simbólica das cinzas (geralmente entre 1g e 7g) ou amostras de DNA. Após contratar o serviço, a família recebe um kit pelo correio para coletar o material e devolvê-lo à empresa. Essas cinzas são colocadas em cápsulas de metal personalizadas, que são integradas a módulos de pouso lunar (landers) de missões científicas ou comerciais. Quando a nave pousa na Lua, a cápsula permanece lá para sempre como um monumento silencioso.

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O preço da eternidade

O custo para descansar entre as crateras lunares é alto, mas, curiosamente, compete com funerais de luxo na Terra. A empresa americana Celestis, pioneira no setor, cobra a partir de US$ 12.995 (cerca de R$ 75 mil na cotação atual) pelo serviço "Luna", que deposita as cinzas na superfície ou órbita lunar. Já a concorrente Elysium Space tem pacotes iniciais na faixa de US$ 11.950. O valor cobre o lançamento, a cápsula e, em alguns casos, um serviço de rastreamento para que a família saiba exatamente onde o ente querido "está" no céu.

Regras e riscos da viagem

Não basta apenas pagar. Como se trata de um voo espacial real, existem riscos técnicos: se o foguete falhar no lançamento ou o módulo não conseguir pousar (como aconteceu com a missão Peregrine em 2024), as cinzas podem se perder no espaço ou queimar na atmosfera. Além disso, há regras éticas em debate: a Nação Navajo, nos EUA, protestou recentemente contra a prática, considerando a Lua um local sagrado que não deveria ser usado como depósito de restos humanos. Para brasileiros, a contratação é feita online diretamente com as empresas americanas ou via funerárias locais especializadas que intermediam o processo de envio legal das cinzas para o exterior.

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