A resistência de Orlando Capote contra a especulação imobiliária em Miami / Imagem gerada por IA
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Em Coral Gables, cidade localizada na Flórida, com uma área de prédios de alto padrão, uma casa simples chama atenção. Orlando Capote, seu dono, resiste há anos às pressões para vender o imóvel.
Sua história virou um símbolo da disputa entre moradores e o mercado imobiliário. Enquanto todos ao redor venderam, ele mantém o legado da família. A casa foi comprada em 1989 por Capote e seus pais, imigrantes cubanos. Hoje, o terreno vale milhões, mas ele não abre mão do lar.
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Capote resistiu a ofertas milionárias feita por empresários que queriam demolir a casa para erguer um complexo de luxo. Ele recusou: "Prefiro lidar com o diabo do que com um incorporador"- afima ele ao portal BBC News.
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Em 2004, começaram as compras de terrenos no quarteirão onde moravam os Capotes. De acordo com os registros públicos do condado, divisão administrativa de determinados países, as demolições começaram um ano depois e, em 2007.
Nessa época, havia apenas um edifício para ser demolido no quarteirão, um antigo prédio da cidade listado por seu valor histórico e a casa da família de imigrantes cubanos. Incorporadores chegaram a oferecer US$ 900 mil, mas o cubano disse que não venderia suas memórias. A crise de 2008 provou que ele estava certo—muitos vendedores se arrependeram.
A construção de um condomínio luxuoso trouxe sombra, barulho e até dificuldades para o lixo ser coletado. "Nossos direitos à luz, ao ar , à visibilidade, foram tirados de nós”, Orlando desabafa com indignação.
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Ele denuncia que seu direito de acesso aos serviços de emergência foram violados, depois de sua mãe sofrer um acidente e a ambulâncias não conseguir chegar até o local, porque sua rua foi bloqueada por uma equipe de construção.
Também por que houve modificações indevidas no beco traseiro de serviço que impediram o resgate de sua mãe. Ele alerta que os regulamentos de incêndio foram desrespeitados.
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Capote descobriu brechas legais para se manter no local. "O governo aprovou leis sem pensar nos moradores", critica o cubano.
Ele não pretende sair do local e afirma que enquanto cumprir as leis e pagar seus impostos ali será sua casa. Antes, crianças brincavam na rua. Hoje, só há executivos apressados. "Sinto falta dos vizinhos", admite, mas não cogita desistir.