Mulher ligou para o 190 pedindo uma dipirona, e teve a sua vida salva / Imagem gerada por IA
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A ligação parecia um engano comum. Do outro lado da linha, uma mulher dizia que precisava de “dipirona”, como se tivesse discado para uma farmácia. Só que a chamada era para o 190. E, em vez de encerrar, o policial que atendeu entendeu rápido: não era remédio, era um pedido de socorro camuflado.
A palavra virou senha para que a vítima, que mora em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, conseguisse falar sem despertar suspeitas de quem estava perto. A partir daí, o atendente conduziu a conversa como se estivesse “tirando o pedido”, mas, na prática, coletava informações essenciais para montar o resgate.
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Para não quebrar o disfarce, o policial passou a orientar a mulher com perguntas fechadas, do tipo “sim” ou “não”, e em linguagem codificada. Em um dos trechos divulgados, ele chega a pedir que ela “confirme” repetindo o nome do medicamento e pergunta se o agressor era o marido. Depois, pede que ela descreva a gravidade do que estava acontecendo “em miligramas”, como se a violência pudesse ser medida na embalagem de um analgésico.
O roteiro improvisado funcionou. Enquanto a vítima mantinha a calma possível e respondia no código combinado, a polícia conseguia entender o risco e localizar a ocorrência sem transformar a ligação em um gatilho ainda mais perigoso dentro de casa.
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A equipe da Polícia Militar foi enviada ao endereço e encontrou a mulher sem ferimentos graves, segundo as informações divulgadas. O agressor acabou preso em flagrante e encaminhado à delegacia.
Dias depois, a própria vítima voltou a ligar, desta vez sem códigos, para agradecer pelo atendimento e pela rapidez do socorro, num retorno que virou símbolo do tipo de desfecho que se deseja ver em casos de violência doméstica.