Ela estava desempregada e sem esperanças quando um desabafo no LinkedIn mudou sua vida

A dinamarquesa Carina Louise Ibsen tinha perdido as esperanças após uma oportunidade frustrada e 5 meses desempregada. Fora do mercado de trabalho e com dificuldades para encontrar emprego na área de comunicação, a qual possui mestrado. Até que uma simples publicação no LinkedIn mudou tudo.

“Não consegui o que mais queria no Natal. Um emprego

Novembro e dezembro foram gastos fazendo networking, escrevendo aplicativos, indo a entrevistas e respondendo a muitas mensagens aqui no LinkedIn. Mesmo que eu ainda não tenha conseguido um emprego, deve-se mencionar que o LinkedIn funciona!

Em novembro, consegui um emprego. Ou assim eu pensei. Fui a uma entrevista de emprego, eles me amaram, consegui o emprego e esperei impacientemente pelo meu contrato. Isso não poderia ser feito da parte deles de qualquer maneira. Desligado, dói.

É difícil ser um candidato a emprego. Difícil não ter uma base profissional. É difícil abrir o LinkedIn e ver o ‘Eu posso dizer com alegria…’. Estudantes que estão potencialmente em um emprego, que saltam despreocupados para um trabalho novo e mais emocionante. Especialmente quando você está caçando a si mesmo.

Meu aniversário é 2 de janeiro, então tenho mais alguns dias para conseguir um emprego de presente

Se você precisa de um funcionário versátil com mestrado em comunicação, um (autoproclamado) especialista em TikTok e um criador de conteúdo independente com experiência em planejamento de campanhas, marketing de influenciadores, análise de dados e relatórios, bem como criação de conteúdo, entre em contato e escreva para [email protected] ou aqui no LinkedIn.

Obs. em Copenhague. Meio período e período integral são relevantes.

Desejo a todos um feliz Ano Novo”

Esse simples desabafo gerou, segundo seu post há 8 meses: pouco menos de 500.000 impressões; 155 comentários; 110 repostagens; 38 e-mails; 52 mensagens no LinkedIn e mais de 300 novas conexões.

Além disso, o post trouxe mais de 30 ofertas de entrevistas de emprego, a qual aceitou 11 delas. Muitas das ofertas ainda não haviam sido anunciadas como vagas, como foi o caso do emprego que ela acabou conseguindo.

“O segredo é provavelmente ser você mesmo e realmente ousar, se jogar de cabeça” disse a jovem de 28 anos entrevista ao programa Go' morgen Danmark (Bom dia, Dinamarca).

Agora, Carina Louise Ibsen compartilha a receita de como ela fez isso para que outros possam se beneficiar dela, contando sua história a jornais dinamarqueses.

O sucesso no LinkedIn

Carina Louise Ibsen, 28 anos, passou cerca de cinco meses em busca de uma oportunidade antes de conquistar o emprego atual. Durante esse período, enviou inúmeras candidaturas, mas, muitas vezes, nem sequer recebeu resposta.

“Na verdade, basta um like ou uma visualização” afirma a especialista em mídias sociais. Segundo ela, a concorrência era desmotivadora: em diversas vagas, havia mais de 100 candidatos disputando a mesma posição. “É assustador ser um candidato a emprego” , confessa.

Diante desse cenário, Carina percebeu que precisava encontrar uma forma alternativa de se destacar, além das candidaturas tradicionais. E foi no LinkedIn que ela encontrou esse caminho.

Embora já tivesse publicado alguns posts com boa repercussão, foi uma postagem feita em dezembro que realmente mudou sua trajetória. O conteúdo viralizou e acabou sendo decisivo para que conquistasse uma vaga.

Carina explica que sua publicação foi fruto de uma análise criteriosa de outras postagens de sucesso que haviam chamado sua atenção.

O que a fez criar uma ‘receita’, que consiste em 5 conselhos específicos:

• Desperte a curiosidade das pessoas logo na primeira linha: É importante ter um gancho que faça algo especial e se destaque da multidão de posts.
• Escreva com sua própria voz para não parecer anônimo: Uma publicação genérica que qualquer um poderia ter escrito não funciona. Se possível, mostre quem você é e torne o texto pessoal, isso irá destacar mais a publicação.
• Seja honesto e tenha algo em mente: É possível fazer isso demonstrando personalidade. Carina fez isso ao se abrir sobre o quão difícil era ser um candidato a emprego. 
• Foto de perfil e um currículo bem escrito: Sem foto, o perfil fica muito anônimo e não ajuda a revelar quem é a pessoa por trás do perfil. Também é importante ter um texto e um currículo para que os empregadores possam facilmente ter uma visão geral da sua experiência e habilidades e verificar se é a pessoa certa para a vaga.
• Evite textos longos de uma só vez: Ler posts longos que dizem muitas coisas ao mesmo tempo não é motivador. Portanto, é melhor escrever de forma breve e concisa, dividindo-os em vários parágrafos, mantendo os pontos principais no mínimo.

Carina enfatiza que é importante que a postagem reflita quem você realmente é. "Não adianta escrever um post e interpretar alguém que você pode não ser, só para parecer interessante no LinkedIn, e depois ser alguém completamente diferente na realidade", diz ela.

Redes sociais no recrutamento também avançam no Brasil

Segundo dados, na Dinamarca metade das vagas já é preenchida antes mesmo de ser anunciada, no Brasil ainda não há levantamentos tão precisos no assunto. Mas pesquisas acadêmicas indicam que as redes sociais têm se consolidado como parte fundamental do processo de recrutamento.

Um estudo publicado em 2022 pelo Instituto Federal da Paraíba analisou práticas de e-recrutamento e seleção e constatou que 63,1% dos participantes já haviam passado por processos seletivos online, enquanto 35,9% disseram ter sido contratados por meio desse modelo. A pesquisa aponta que o uso de plataformas digitais permite ampliar o alcance dos candidatos e reduzir custos das empresas na hora de contratar.

Uma pesquisa da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), divulgada em 2023, discute o papel das redes sociais digitais no RH e reforça que empresas brasileiras vêm utilizando perfis de candidatos em plataformas como LinkedIn, Facebook e Instagram para complementar avaliações, inclusive considerando conteúdos públicos como fator de decisão, (ou seja, cuidado com o que posta nas redes!).

Já em 2018, uma investigação feita na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, mostrou que, embora ainda de forma limitada, o LinkedIn vinha se tornando espaço de autopromoção e networking profissional, indicando um movimento crescente entre jovens que ingressam no mercado.

Os estudos revelam que a tendência global também se reflete no Brasil: candidatos que investem na construção de uma presença digital estratégica têm mais chances de serem vistos e contratados.

Uma postagem pode ser crucial

Atualmente, Carina trabalha como especialista em mídias sociais na agência de publicidade 'The Unicorn'. Ela conseguiu ir a sete das 11 entrevistas que aceitou antes de conseguir o emprego. 

Desde a publicação no LinkedIn, ela percebeu que outras pessoas a procuraram para pedir ajuda para fazer uma publicação semelhante, diz ela. 

Segundo Carina, você não tem nada a perder ao fazer uma postagem, mesmo que ela seja internacional.

“Nunca é divertido para alguém ter que mostrar quem você é, mas isso também acontece em uma entrevista de emprego presencial. Você sabe que precisa”, ela diz.

Uma postagem pode ser crucial, ela aprendeu.“Na verdade, basta uma curtida ou uma visualização, e então pode ser que seja a pessoa certa que veja e esteja sentindo falta exatamente de você”, afirma Ibsen.