Baleias são visitantes frquentes da costa paulista / Foto: Projeto Baleia à Vista/Julio Cardoso
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Quem caminha pela praia no litoral de São Paulo nem imagina que, bem perto dali, gigantes marinhos deslizam sob as ondas. E a lista de espécies que passam pela região pode surpreender até os mais apaixonados pelo mar.
Marcos César de Oliveira Santos, professor do Instituto Oceanográfico da USP, afirma que já foram registradas 30 espécies de cetáceos na costa paulista, incluindo visitantes ocasionais e moradores fixos.
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O pesquisador lembra que, por muito tempo, o mar ficou fora do foco dos estudos.
“O mar ficou esquecido por um tempo, porque é como se, ao lado desses cientistas, tivesse um barril de ouro nos biomas terrestres, enquanto o oceano estava lá longe, desconhecido", disse ao Jornal da USP.
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Entre os visitantes, estão baleias-jubarte, cachalotes, golfinhos, botos e até orcas. “Temos registros de espécies que aparecem todos os anos e outras que chegam apenas em determinadas épocas”, contou o professor. Veja os cinco melhores pontos para avistamento.
O estuário de Cananeia, no extremo sul do estado, é um ponto privilegiado para observar botos em terra firme. “É possível vê-los de longe, sem interferir no comportamento deles, o que é fundamental para a preservação.”
Essas aparições mostram que o litoral paulista é muito mais que um destino turístico: ele também é um corredor vital para a fauna marinha brasileira.
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Sobre este tema, assista a um vídeo produzido pelo canal Vive Viajando - Camila, no YouTube:
Segundo Marcos, as águas paulistas oferecem alimento e áreas de descanso para várias espécies migratórias. “Temos a missão de trazer o conteúdo do oceano para a sala de aula, para que os jovens entendam que isso tudo acontece bem perto deles.”
A diversidade também se explica pela produtividade do mar e pela presença de ilhas, canais e estuários. Esses ambientes garantem abrigo, mas também exigem cuidado contra ameaças como a poluição e o excesso de ruído.
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“A aproximação de embarcações pode ser muito prejudicial. Mesmo quando há boa intenção, o contato humano é estressante para esses animais”, alerta o pesquisador.
A recomendação é clara: manter distância, não seguir e evitar ruídos. “Baleias são avessas a sons altos. Para elas, uma lancha barulhenta pode ser tão incômoda quanto uma obra ao lado da sua casa”, compara Marcos.
O mesmo vale para golfinhos e toninhas. “Eles não devem ser tocados ou perseguidos. A observação responsável garante a segurança dos animais e das pessoas”, reforça.
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A presença de baleias e golfinhos na costa paulista revela que o mar guarda segredos a poucos metros da areia. “Quem olha para o horizonte com atenção pode ter a sorte de ver um salto ou a nadadeira desses animais”, diz Marcos.
Esses encontros, além de emocionantes, reforçam a importância de proteger a vida marinha. Afinal, como lembra o professor, “a preservação dos cetáceos é também a preservação do equilíbrio do oceano e da vida como a conhecemos”.