A Loja Mapping ainda causa saudade em muita gente / Imagem meramente ilustrativa / Imagem gerada por IA
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Houve um tempo em que caminhar pelas ruas centrais de São Paulo significava cruzar vitrines luminosas, salões elegantes e escadas rolantes que mais pareciam passagens para outro mundo. Entre os templos do consumo que marcaram gerações estava a Loja Mapping, uma das mais tradicionais da capital paulista. Fundada em 1939, na Avenida São João, a rede tornou-se símbolo de status, de modernidade e de sofisticação. Seus corredores eram frequentados por famílias inteiras, que viam ali não apenas um espaço de compras, mas também de convivência e de sonho.
A Mapping cresceu em um período em que os grandes magazines eram referência de vida urbana. O prédio da Avenida São João, com fachada imponente e decoração de época, abrigava setores que iam de moda a eletrodomésticos, oferecendo de tudo um pouco. Era comum que o passeio de fim de semana incluísse uma parada em seus andares, entre perfumes importados, tecidos finos e novidades tecnológicas. Para muitos, entrar na loja era mergulhar em um universo de glamour acessível, onde a moda europeia se misturava à alegria da São Paulo em expansão.
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Ao longo das décadas, a Mapping foi desafiada por transformações no varejo. Nos anos 1980, já enfrentava a concorrência crescente de shoppings centers, que ofereciam comodidade, estacionamento e segurança. Na década de 1990, o impacto das redes internacionais e a consolidação de gigantes nacionais como Casas Bahia e Ponto Frio tornaram a luta pela sobrevivência ainda mais difícil. A empresa, que antes ditava tendências, passou a ter dificuldades em se adaptar ao novo modelo de consumo.
O que era sinônimo de status foi aos poucos se transformando em lembrança. Em 1996, a Mapping fechou as portas definitivamente, após enfrentar dívidas pesadas e não resistir à competição do novo cenário do varejo. O fechamento foi noticiado pelos jornais como o fim de uma era. As vitrines foram apagadas, os salões ficaram vazios e a Avenida São João perdeu um de seus símbolos. Para muitos paulistanos, foi como se uma parte da cidade tivesse se despedido junto com a loja.
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Ainda hoje, quem viveu os anos de ouro da Mapping recorda com nostalgia as escadas rolantes, os anúncios de jornal, as sacolas com o logotipo elegante e a sensação de pertencimento que a loja despertava. Seu fechamento representou mais do que a falência de uma empresa: simbolizou a transição de São Paulo para um novo tempo, marcado por shoppings, globalização e consumo acelerado. A Mapping permanece na memória coletiva como lembrança de uma São Paulo que respirava glamour, charme e a emoção simples de caminhar por uma loja de departamentos que, por décadas, foi o coração pulsante do comércio paulistano.