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Com R$ 1,5 bilhão em investimentos e 24 viadutos em construção, a reestruturação da Serra das Araras promete mais segurança, fluidez no tráfego e impulso ao enoturismo
Obras de duplicação avançam em meio às montanhas, abrindo caminho para uma nova era de segurança e desenvolvimento na região / Divulgação/CCR RioSP
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A perigosa e sinuosa Serra das Araras, trecho da Rodovia Presidente Dutra (BR-116) entre os quilômetros 225 e 233, está com os dias contados. Em uma iniciativa massiva que envolve a construção de 24 viadutos, a Nova Serra das Araras visa substituir o traçado atual, conhecido por ser um grande risco.
A urgência do projeto é sublinhada pelas estatísticas alarmantes: dados de 2024 indicam que a frequência total de acidentes registrados na rodovia inteira foi de 11.478. É importante lembrar que a Serra das Araras é apenas entre os quilômetros 225 e 233.
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A obra, supervisionada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e executada pela concessionária CCR RioSP, busca atenuar os riscos das curvas acentuadas, que frequentemente envolvem veículos pesados.
Com um investimento total de R$ 1,5 bilhão, o futuro da Serra das Araras promete um trânsito mais seguro e ágil.
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A reestruturação da rodovia inclui a duplicação das faixas, passando de duas para quatro em cada sentido. Essa expansão tem como objetivo reduzir as interrupções e melhorar significativamente a experiência de viagem.
O projeto envolve a construção de 24 viadutos sobre o atual percurso, que servirão para suavizar as curvas. A largura de cada faixa na nova serra será de 3,6 metros, e cada sentido contará com acostamento de 3 metros. O canal 'Vale 360 News' mostra como ficará o projeto:
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Como resultado da eliminação das curvas sinuosas, a velocidade máxima na via será ampliada de 40 km/h para 80 km/h. Além disso, estão previstas duas rampas de escape para auxiliar veículos com problemas nos freios.
Quando o conjunto de viadutos for entregue, o atual traçado de descida (sentido Rio), que possui alto índice de acidentes, será relegado ao uso por moradores locais ou como via de contingência.
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A duplicação é especialmente benéfica para as supercargas, permitindo que o fluxo de veículos seja mantido, o que atualmente não acontece.
A obra, que envolve a remoção de terra e rochas, o total estimado de 600 mil metros cúbicos de rocha a serem retirados, cerca de 370 mil já foram removidos.
A obra tem previsão de conclusão total para 2029, contudo, uma estimativa mais otimista sugere que a entrega completa pode ocorrer em 2027, dois anos antes do previsto.
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A concessionária CCR RioSP calcula ter chegado a 50% de conclusão neste mês. A entrega parcial é estratégica: oito dos 24 viadutos serão entregues no primeiro trimestre de 2026, passando a receber o fluxo de carros, ônibus e caminhões.
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A nova infraestrutura não visa apenas à melhoria do tráfego, mas também ao impulso econômico da região, catalisando um ciclo de desenvolvimento. A rodovia, que tem 30% de seu tráfego composto por caminhões, facilitará a logística crucial entre Rio de Janeiro e São Paulo.
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O projeto abre novas oportunidades para o turismo, especialmente para as vinícolas fluminenses em ascensão. A melhoria das estradas beneficia diretamente o escoamento da produção de vinícolas situadas em regiões como Teresópolis e Nova Friburgo, fomentando a competitividade da produção nacional.
As vinícolas da Serra Fluminense estão se consolidando como destinos turísticos, unindo o setor agrícola e o turismo.
O roteiro de vinícolas fluminenses ganha um reforço de peso com a abertura da Maturano, em Teresópolis no mês de Novembro. Considerado o maior projeto do estado, o complexo não é apenas uma vinícola, mas um centro de turismo, hotelaria e gastronomia.
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A Maturano espera receber um público de 100 mil pessoas por ano. O local, que soma mais de dois milhões de metros quadrados, plantou vinhedos de Syrah, Sauvignon Blanc, Cabernet Franc e Tempranillo, entre outras uvas. A meta de produção para este ano é ambiciosa: entre 80 e 100 mil garrafas, superando as 35 mil produzidas em 2024.
O complexo oferece experiências de enoturismo com guias que falam português, inglês e espanhol (e, em breve, francês). Os pacotes de degustação premium incluem passeios pelo vinhedo e prova de três vinhos harmonizados com charcutaria e queijos locais, com valores entre R$ 390 e R$ 410.
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Em um toque de resgate de origens, a vinícola também plantou um vinhedo com a uva Maturano, a partir de gemas trazidas da Itália, revelando que serão o único lugar do mundo a produzir vinho com essa variedade.
Ainda estão previstos futuros desenvolvimentos no complexo, como a inauguração do restaurante Origens (que servirá parrilla e vegetais orgânicos), uma capela, uma gelateria em janeiro de 2026 e um hotel em 2028.