Saúde

Cortes em metais enferrujados causavam doença temida e confundida com possessão demoníaca

Vacinação começou a ser aplicada no Brasil nos anos 1950 e transformou a prevenção da doença

Agência Diário

Publicado em 22/09/2025 às 15:48

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Cortes pequenos podem representar perigo se não forem cuidados corretamente / Imagem gerada por IA

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Difícil imaginar, mas há mais de duzentos anos uma infecção bacteriana perigosa era facilmente confundida com manifestações sobrenaturais.

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Naquela época, quem apresentava os sintomas do tétano era visto como alguém sob domínio de forças demoníacas.

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Os sinais mais marcantes: contrações intensas, rigidez do corpo, dificuldade para mastigar ou engolir, a conhecida “boca fechada à força”, assustavam tanto que pareciam fruto de feitiço.

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A origem biológica da doença

Tudo isso é causado pela bactéria Clostridium tetani, que vive no solo, em poeira, em fezes de animais e em metais enferrujados.

Ela entra no corpo por meio de cortes profundos, feridas sujas ou lesões mal oxigenadas, liberando a toxina chamada tetanospasmina, que ataca diretamente o sistema nervoso.

Esse veneno bloqueia o funcionamento adequado dos nervos, impedindo que os músculos relaxem, o que gera os espasmos e a rigidez.

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Nos casos mais graves, surge o opistótonos: o corpo se enverga para trás de forma extrema devido às contrações.

Entre lendas e explicações médicas

No período anterior ao avanço científico, sem microscópios ou noção de micróbios, era natural recorrer a explicações religiosas ou mágicas.

A rigidez súbita, os movimentos descontrolados e a dificuldade de mover partes do corpo eram vistos como sinais de maldição, possessão ou punição divina.

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Estudos históricos mostram registros de quadros de tétano descritos como manifestações espirituais equivocadamente interpretadas.

Principais sintomas descritos

  • O início costuma ser a rigidez da mandíbula — o chamado “lockjaw”, que dificulta abrir a boca.
  • Logo em seguida surgem espasmos no rosto, no pescoço, no tronco e nas costas, que podem levar ao arqueamento do corpo característico do opistótonos.
  • Em situações graves, há dificuldade de engolir e até falhas na respiração.

Febre, suor, aceleração dos batimentos cardíacos e irritabilidade também são comuns, e sem tratamento o risco de morte é alto.

A vacina como forma de proteção

Hoje sabemos que a doença é totalmente prevenível. O esquema vacinal, iniciado na infância e reforçado em intervalos regulares, é a principal defesa e está disponível em praticamente todos os países.

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Em casos de ferimentos profundos, sujos ou possivelmente contaminados, a orientação é limpar bem a área, procurar atendimento médico e avaliar se há necessidade de reforço ou de imunoglobulina específica contra o tétano.

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