Cortes pequenos podem representar perigo se não forem cuidados corretamente / Imagem gerada por IA
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Difícil imaginar, mas há mais de duzentos anos uma infecção bacteriana perigosa era facilmente confundida com manifestações sobrenaturais.
Naquela época, quem apresentava os sintomas do tétano era visto como alguém sob domínio de forças demoníacas.
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Os sinais mais marcantes: contrações intensas, rigidez do corpo, dificuldade para mastigar ou engolir, a conhecida “boca fechada à força”, assustavam tanto que pareciam fruto de feitiço.
Veja também que um exame de sangue pode revolucionar o diagnóstico de uma doença mortal, segundo cientistas.
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Tudo isso é causado pela bactéria Clostridium tetani, que vive no solo, em poeira, em fezes de animais e em metais enferrujados.
Ela entra no corpo por meio de cortes profundos, feridas sujas ou lesões mal oxigenadas, liberando a toxina chamada tetanospasmina, que ataca diretamente o sistema nervoso.
Esse veneno bloqueia o funcionamento adequado dos nervos, impedindo que os músculos relaxem, o que gera os espasmos e a rigidez.
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Nos casos mais graves, surge o opistótonos: o corpo se enverga para trás de forma extrema devido às contrações.
No período anterior ao avanço científico, sem microscópios ou noção de micróbios, era natural recorrer a explicações religiosas ou mágicas.
A rigidez súbita, os movimentos descontrolados e a dificuldade de mover partes do corpo eram vistos como sinais de maldição, possessão ou punição divina.
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Estudos históricos mostram registros de quadros de tétano descritos como manifestações espirituais equivocadamente interpretadas.
Febre, suor, aceleração dos batimentos cardíacos e irritabilidade também são comuns, e sem tratamento o risco de morte é alto.
Hoje sabemos que a doença é totalmente prevenível. O esquema vacinal, iniciado na infância e reforçado em intervalos regulares, é a principal defesa e está disponível em praticamente todos os países.
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Em casos de ferimentos profundos, sujos ou possivelmente contaminados, a orientação é limpar bem a área, procurar atendimento médico e avaliar se há necessidade de reforço ou de imunoglobulina específica contra o tétano.