O túnel tem quase 6 km de extensão e causa uma sensação claustrofóbica / Imagem gerada por IA/Google Gemini
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Para algumas pessoas, viajar e atravessar túneis em rodovias não é exatamente um passeio tranquilo. Seja por claustrofobia, seja pela sensação incômoda de ficar “preso” num espaço fechado, há quem descreva esse trecho como um teste de nervos, com o pensamento recorrente de que, se algo der errado ali dentro, a fuga pode parecer mais difícil.
E existe um túnel que aparece com frequência nesses relatos, citado por motoristas como um lugar capaz de causar estranheza e, em alguns casos, até arrepios: o T3/4, na Rodovia dos Tamoios, rota que liga o litoral norte paulista ao Vale do Paraíba.
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O T3/4 está no conjunto de obras da Tamoios e é usado por quem segue em direção ao litoral norte, incluindo acessos que atendem regiões próximas a Caraguatatuba e São Sebastião. Por estar em uma área de serra, ele “encurta” a percepção do caminho: em vez de acompanhar curvas e declives do relevo, o motorista atravessa um trecho longo e contínuo, com a paisagem substituída por paredes, luzes e sinalização.
O número chama atenção por si só: são 5.555 metros de extensão, marca que o coloca como o túnel rodoviário mais longo do Brasil. Para muita gente, isso é sinônimo de conforto, porque o trajeto fica mais regular, com menos curvas e mais previsibilidade. Para quem não lida bem com ambientes fechados, porém, o mesmo detalhe vira gatilho: a sensação de que o túnel “não acaba” pode transformar minutos de percurso em uma eternidade subjetiva.
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Em redes sociais, páginas de viagem e grupos de destino do litoral de São Paulo, é comum ver comentários sobre o que se sente ao encarar os quase 6 km do T3/4. Alguns passam sem dar importância, como quem atravessa qualquer outro trecho da estrada. Outros descrevem um roteiro de sintomas: mãos suando, aperto no peito, sensação de sufocamento, insegurança, ansiedade e medo, mesmo quando o trânsito está fluindo normalmente.
Há relatos, inclusive, de pessoas que evitam viajar para esse lado do litoral paulista só por antecipar a travessia. Para elas, a imagem do túnel pesa mais do que o desejo de chegar ao destino, e o “e se…” vira um companheiro incômodo na véspera da viagem.
Apesar das histórias, é importante separar sensação de realidade. O T3/4 é bem sinalizado, tem boa iluminação, pistas amplas e áreas de escape indicadas, além de contar com recursos de segurança típicos de túneis modernos. Em muitos casos, o desconforto relatado por alguns motoristas está mais ligado a fatores psicológicos, como claustrofobia e ansiedade, do que a problemas da estrutura em si.
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Existe também um componente simples, mas poderoso: o cérebro gosta de referências externas. Em estrada de serra, a pessoa percebe o trajeto por curvas, variações de luz, mudanças de paisagem. No túnel, essa “régua” desaparece. A monotonia visual, o eco, a iluminação constante e a falta de noção de profundidade podem amplificar a sensação de confinamento, especialmente em quem já tem predisposição a desconforto em locais fechados.