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Conheça vilarejo divido pelo Tratado de Tordesilhas, famoso por suas belezas e artesanato

O lugar propõe uma experiência de "turismo experimental", onde a pressa dá lugar à conversa, à comida feita no fogão a lenha e ao som dos teares dos artesãos locais

Agência Diário

Publicado em 28/10/2025 às 18:38

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Distrito de Alexânia mistura turismo experimental, cultura viva e uma curiosa fronteira entre Portugal e Espanha. / Reprodução/Youtube

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Em meio às colinas do interior de Goiás, o pequeno distrito de Olhos D’Água, em Alexânia, guarda uma das curiosidades geográficas mais inusitadas do Brasil: ele é cortado pela linha imaginária do Tratado de Tordesilhas, que em 1494 dividiu o mundo entre Portugal e Espanha. A matéria conta com informações do portal g1.

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Além da história que desperta a imaginação, o vilarejo encanta por seu turismo artesanal e suas paisagens preservadas, com destaque para a Cachoeira do Ouro e para as casas coloridas de arquitetura colonial.

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Quem chega ao vilarejo logo percebe que o tempo tem outro ritmo. Segundo Mariana de Bulhões, diretora do Memorial Olhos D’Água, o lugar propõe uma experiência de “turismo experimental”, onde a pressa dá lugar à conversa, à comida feita no fogão a lenha e ao som dos teares dos artesãos locais.

Uma linha imaginária e uma história real

O cruzamento da linha do Tratado de Tordesilhas foi citado pelo historiador Paulo Bertran em seu livro História da Terra e do Homem no Planalto Central. No centro da vila, em frente à Praça Santo Antônio, um letreiro no Bar Museu lembra o marco simbólico dessa fronteira histórica.

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“Quando a gente brinca com os meninos de pular corda na praça, a gente fala meio que entra em Portugal e sai pela Espanha”, conta Mariana ao portal g1, em uma mistura de humor e orgulho pela singularidade do lugar.

Vejta também que belezas naturais e rios cristalinos colocam este destino entre os mais procurados do Brasil.

Turismo que convida à pausa

Mariana, carioca de nascimento, se mudou para Goiás em 1993 e nunca mais quis sair. Hoje, ela comanda o Memorial Olhos D’Água e defende um turismo que valoriza o encontro entre pessoas e tradições. “Só vem aqui e gosta quem está disposto a estacionar o carro, desligar o motor e ouvir o barulho dos teares”, brinca.

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As ruas são decoradas por casas coloniais, varandas floridas e ateliês abertos, onde visitantes podem acompanhar o trabalho dos artesãos. O turismo é guiado por um mapa que leva às oficinas de cerâmica e cestaria, em um roteiro que mistura aprendizado, contemplação e hospitalidade.

Vejta também que uma revista cravou que uma bela cidade do litoral é subestimada e tem diversos paraísos naturais.

A força da natureza na Cachoeira do Ouro

Um dos cartões-postais de Olhos D’Água é a Cachoeira do Ouro, cercada por vegetação densa e águas cristalinas. O local é refúgio para famílias e viajantes que buscam tranquilidade. A empresária Taís de Sousa, de 32 anos, visitou o vilarejo com mãe e filha e garante que o passeio é seguro e acolhedor. “Achei um lugar bem aconchegante. A comida é bem caseira, raiz”, afirmou.

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Já a estudante Yasmin Shacha, de Anápolis, se encantou com o clima interiorano. “A comida feita no fogão a lenha é de tirar o fôlego, com aquele sabor que lembra casa de vó”, disse.

Tradições vivas e encontros culturais

Outro atrativo é a Feira do Troca, realizada duas vezes por ano, em junho e dezembro. O evento reúne moradores e visitantes em um ambiente de partilha e arte popular. Bárbara Lins, de Brasília, frequenta o vilarejo desde criança e guarda boas lembranças da feira. “Era uma parte muito nichada, uma experiência cultural única”, relembra.

  • Feira do Troca acontece em junho e dezembro;
  • Artesanato local com cestarias e cerâmica;
  • Comida típica feita no fogão a lenha;
  • Ateliês e visitas guiadas a casas históricas.

Memória e devoção no Memorial Olhos D’Água

O distrito nasceu de uma promessa feita por Dona Sebastiana, filha de ex-escravizados, que sonhava em erguer uma capela dedicada a Santo Antônio. A união de fazendeiros da região, Geminiano e Juvenal, transformou o sonho em realidade e deu origem à vila.

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O Memorial Olhos D’Água, criado em 2018, preserva essa história e reúne objetos, fotografias e documentos sobre a formação da comunidade. Mariana ressalta a importância de resgatar o passado: “Quando a gente fala de turismo, a gente não conta toda essa história, mas é importante entender o passado para saber as perspectivas de futuro.”

Um refúgio que convida a desacelerar

Para muitos visitantes, Olhos D’Água é sinônimo de paz. A vendedora Lorrany Brandão, que conheceu o vilarejo em 2018, define o lugar como apaixonante. “Já visitei vários espaços, mas o que mais me encanta é a simplicidade e o acolhimento das pessoas.”

O vilarejo, atravessado por uma linha imaginária que um dia dividiu o mundo, hoje simboliza união e tranquilidade. É um pedaço de Goiás onde o passado se mistura ao presente e onde o visitante é convidado a experimentar o tempo com outros olhos — os de quem vive e respira história.

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Olhos D’Água, em Alexânia, é mais do que um destino turístico: é um convite a reconectar-se com a simplicidade, a natureza e as origens do Brasil. Entre casas coloridas, artesanato e cachoeiras, o vilarejo mostra que fronteiras, às vezes, são apenas simbólicas — e que o verdadeiro encanto está em cruzá-las devagar.

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