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Peixe nativo dos rios brasileiros vira destaque internacional com crescimento recorde, valorizando espécies nativas no mercado global
O curimatá também é conhecido como curimba, curimbatá ou papa-terra / Wenderson Araujo/Trilux
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O curimatá, também conhecido como curimba, curimbatá ou papa-terra, está deixando de ser um peixe típico do interior do Brasil para se tornar uma estrela global. No primeiro trimestre de 2025, as exportações da espécie cresceram impressionantes 333%, movimentando US$ 580 mil, segundo dados do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA).
Esse avanço coloca o curimatá entre as espécies nativas brasileiras mais valorizadas no exterior, em um cenário em que o setor de piscicultura nacional também vive um momento de expansão histórica: foram US$ 18,5 milhões em exportações no mesmo período — aumento de 112% em relação a 2024.
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Trata-se de um peixe de água doce, de corpo alongado e prateado, encontrado em grandes bacias hidrográficas como Amazonas, São Francisco, Tocantins-Araguaia e Prata. Ele se alimenta de algas, restos vegetais e detritos orgânicos, ajudando a manter a qualidade da água e reciclar nutrientes nos rios.
Com sua boca retrátil adaptada para raspar o fundo dos rios, o curimatá é considerado uma espécie ecológica e eficiente. Nada em grandes cardumes, pode atingir até 3 quilos e mais de meio metro de comprimento. Durante o período das chuvas, migra para áreas alagadas para se reproduzir — uma verdadeira jornada fluvial.
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Além da carne saborosa e versátil, o curimatá se beneficia de avanços institucionais no Brasil. O governo federal tem investido na abertura de novos mercados, melhorias no licenciamento ambiental e mais segurança jurídica para produtores.
Esses fatores, segundo o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, têm sido decisivos para o crescimento sustentável do setor aquícola brasileiro.
No primeiro trimestre deste ano, o Brasil exportou 3.938 toneladas de pescado cultivado — quase o dobro do volume registrado em 2024. A tilápia continua liderando o segmento com 92% do valor exportado (US$ 17 milhões), mas as espécies nativas, como o curimatá e o tambaqui, mostram que há grande potencial de crescimento.
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Mais do que um peixe saboroso, o curimatá simboliza uma produção que alia economia, sustentabilidade e valorização da biodiversidade brasileira. Seu crescimento nas exportações demonstra que é possível gerar renda, proteger o meio ambiente e levar a cultura alimentar brasileira para o mundo — tudo isso em uma única nadada.
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