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Conheça o segredo escondido no fundo do mar que desafia a ciência

Uma descoberta inesperada submersa nas águas reacendeu o interesse de pesquisadores

Luna Almeida

Publicado em 18/12/2025 às 21:20

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Marinheiros e cientistas identificaram 41 naufrágios distribuídos por uma extensa área submersa / Divulgação/Rodrigo Pacheco-Ruiz

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O fundo do Mar Negro abriga um dos cenários arqueológicos mais impressionantes já registrados pela ciência: um verdadeiro cemitério de navios, com embarcações preservadas como se o tempo tivesse parado. 

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A descoberta veio à tona em 2016, quando uma equipe internacional investigava vestígios da relação entre humanos pré-históricos e a elevação do nível do mar na região.

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Durante as expedições, marinheiros e cientistas identificaram 41 naufrágios distribuídos por uma extensa área submersa, alguns a mais de dois mil metros de profundidade. 

As embarcações, datadas entre os séculos 9 e 19, algumas até mesmo de mais de dois mil anos, revelaram um panorama raro da navegação comercial e militar ao longo de mais de mil anos de história.

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Um fundo do mar que preserva o passado

As embarcações revelaram um panorama raro da navegação comercial e militar ao longo de mais de mil anos de história / Divulgação/Rodrigo Pacheco-Ruiz
As embarcações revelaram um panorama raro da navegação comercial e militar ao longo de mais de mil anos de história / Divulgação/Rodrigo Pacheco-Ruiz
O que transforma o Mar Negro em um cemitério natural de navios é a sua composição química singular / Divulgação/Black Sea MAP
O que transforma o Mar Negro em um cemitério natural de navios é a sua composição química singular / Divulgação/Black Sea MAP
A identificação do cemitério de navios só foi possível graças ao uso de sonares de alta precisão / Divulgação/Rodrigo Pacheco-Ruiz
A identificação do cemitério de navios só foi possível graças ao uso de sonares de alta precisão / Divulgação/Rodrigo Pacheco-Ruiz
Marinheiros e cientistas identificaram 41 naufrágios distribuídos por uma extensa área submersa / Divulgação/Rodrigo Pacheco-Ruiz
Marinheiros e cientistas identificaram 41 naufrágios distribuídos por uma extensa área submersa / Divulgação/Rodrigo Pacheco-Ruiz

O que transforma o Mar Negro em um cemitério natural de navios é a sua composição química singular. Abaixo de aproximadamente 150 metros de profundidade, a água é praticamente desprovida de oxigênio. 

Essa condição impede a ação de organismos que normalmente degradariam madeira, cordas e outros materiais orgânicos.

Segundo os pesquisadores, esse ambiente anóxico se formou após o fim da última era glacial, quando o Mar Negro deixou de ser um grande lago e passou a receber águas salgadas do Mediterrâneo. 

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O resultado foi a criação de camadas distintas, responsáveis por conservar embarcações inteiras, com mastros em pé, lemes no lugar e até marcas de ferramentas visíveis na madeira.

Tecnologia revelou navios intactos

A identificação do cemitério de navios só foi possível graças ao uso de sonares de alta precisão e veículos operados remotamente, conhecidos como ROVs. 

A bordo de um navio de pesquisa, os cientistas mapearam formas incomuns no fundo do mar e, posteriormente, registraram imagens em alta resolução, vídeos e medições a laser dos destroços.

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As técnicas permitiram a documentação detalhada dos naufrágios sem qualquer interferência física, preservando o local como um sítio arqueológico subaquático intacto. Muitos dos navios estão tão bem conservados que elementos decorativos esculpidos em madeira permanecem reconhecíveis.

Embarcações de diferentes épocas e impérios

Entre os achados estão navios do período bizantino, embarcações otomanas dos séculos 16 a 18, um navio italiano medieval e diversas embarcações mercantes do século 19. 

A maioria transportava cargas como vinho, grãos, metais e madeira, evidenciando a importância comercial do Mar Negro ao longo dos séculos.

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Os arqueólogos conseguem estimar a origem e a idade das embarcações a partir de detalhes como o tipo de âncora, o formato do casco, a disposição dos mastros e os objetos encontrados na carga. 

Apesar de algumas hipóteses sobre ataques ou pirataria, as análises indicam que todos os naufrágios foram causados por tempestades.

Um arquivo submerso da história marítima

O cemitério de navios do Mar Negro é considerado hoje um dos maiores e mais bem preservados conjuntos de naufrágios já descobertos. Para a arqueologia marítima, o local funciona como um arquivo natural, capaz de revelar detalhes inéditos sobre tecnologia naval, comércio e rotas marítimas de diferentes civilizações.

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Mesmo anos após a descoberta, o sítio continua despertando o interesse da comunidade científica e do público, reforçando a ideia de que os oceanos ainda guardam capítulos inteiros da história humana, intocados sob a superfície.

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