Com o crescimento da população idosa, a preservação da saúde cerebral se torna ainda mais importante / Pexels/Pixabay
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Uma nova pesquisa revelou que mudanças proteicas no cérebro se intensificam em três estágios diferentes do envelhecimento humano, marcando períodos de risco elevado para doenças neurodegenerativas e declínios cognitivos.
Realizado pelo Primeiro Hospital Afiliado da Universidade de Zhengzhou, na China, e publicado pela revista Nature, o estudo se baseou na análise de ressonâncias magnéticas de quase 11 mil adultos entre 45 e 82 anos.
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Os cientistas responsáveis pela pesquisa destacaram três idades específicas marcadas por mudanças significativas nas proteínas cerebrais, sendo elas 57, 70 e 78 anos.
O aumento dos níveis de 13 proteínas específicas ligadas ao envelhecimento cerebral acelerado foi relacionado à essas idades.
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De acordo com Wei-Shi Liu, pesquisador sênior do estudo, a concentração dessas proteínas pode ser um sinal de alerta para indicar momentos críticos de mudanças cerebrais.
Aos 57 anos: Este período marca o início das mudanças, com elevação nos níveis de proteínas relacionadas à demência e distúrbios motores. Esses sinais indicam o começo do envelhecimento precoce do cérebro em nível molecular.
Aos 70 anos: A segunda fase crítica surge com o aumento da intensidade dessas alterações. Nessa etapa, há maior risco de doenças cerebrovasculares, como acidente vascular cerebral (AVC), além de declínios significativos na cognição.
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Aos 78 anos: No terceiro e último pico identificado, as mudanças proteicas tornam-se ainda mais evidentes. Este estágio é frequentemente associado a quadros avançados de neurodegeneração, como Alzheimer e Parkinson, bem como à redução global das capacidades cerebrais.
Entre as 13 proteínas analisadas, destacam-se o BCAN (Brevican) e o GDF15, diretamente associados a condições neurodegenerativas.
O BCAN está ligado a doenças como demência e AVC, enquanto o GDF15 desempenha papéis relevantes no envelhecimento em geral.
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Compreender esses mecanismos moleculares pode ser essencial para o desenvolvimento de intervenções específicas no futuro.
A discrepância entre a idade cerebral estimada e a real indica um possível envelhecimento cerebral acelerado.
Essa “idade cerebral” foi calculada por modelos de inteligência artificial, que cruzaram dados de ressonância magnética com análises de proteínas.
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Níveis elevados dessas proteínas podem servir como biomarcadores para identificar o envelhecimento cerebral precocemente.
Com o crescimento da população idosa, a preservação da saúde cerebral se torna ainda mais importante.
Até 2050, estima-se que mais de 1,5 bilhão de pessoas estarão acima dos 65 anos, reforçando a necessidade de intervenções preventivas e terapêuticas eficazes.
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Pesquisas recentes têm explorado os efeitos do envelhecimento e apontam idades críticas para mudanças no organismo.
Estudos anteriores identificaram que funções como metabolismo, regulação imunológica e função renal sofrem alterações relevantes aos 44 e 60 anos, sugerindo momentos específicos para intervenções preventivas.
Apesar das descobertas, o estudo apresentou algumas limitações, como o uso de dados apenas de pessoas mais velhas e predominantemente de ascendência europeia, coletados no UK Biobank.
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Mais pesquisas são necessárias para verificar se essas alterações proteicas ocorrem de forma similar em diferentes grupos raciais e étnicos.