Apesar de ser uma palavra norueguesa em sua origem, hygge é amplamente usada na Dinamarca / Freepik/pvproductions
Continua depois da publicidade
Assim como “saudade” no português, há palavras em outras línguas que não encontram tradução exata em outros idiomas. Um exemplo é “hygge”, termo escandinavo popularizado mundialmente nos últimos anos, mas que carrega um significado muito mais profundo do que a tradução simples de “aconchego”.
Apesar de ser uma palavra norueguesa em sua origem, hygge é amplamente usada na Dinamarca, onde virou parte da rotina, da cultura e até das políticas públicas voltadas à qualidade de vida.
Continua depois da publicidade
A palavra, hoje, representa muito mais do que conforto físico. Ela simboliza momentos simples, como passar tempo com os amigos, assistir a um filme ou apenas curtir o retorno para casa após um dia corrido.
Na prática, hygge é ter tempo de qualidade, seja qual for a estação do ano. Apesar da imagem associada a mantas e velas no inverno, o conceito também vale para um mergulho no rio em dias quentes ou encontros tranquilos entre amigos.
Continua depois da publicidade
A filosofia se popularizou com o livro “Hygge: o segredo dinamarquês para viver bem”, do autor Meik Wiking.
Na Dinamarca, a ideia de equilíbrio entre vida pessoal e profissional é levada a sério. Com jornada semanal de 37 horas e férias garantidas de cinco semanas por ano, o país incentiva o bem-estar como parte da rotina, com apoio do governo e da sociedade.
O uso recorrente de hygge pelos dinamarqueses, mais do que pelos próprios noruegueses, revela como a língua acompanha os costumes locais. O idioma norueguês bokmål, derivado do dinamarquês, ainda compartilha muitas semelhanças com outras línguas escandinavas, mas o que realmente define o uso das palavras é a cultura por trás delas.
Continua depois da publicidade
Na Dinamarca, o governo criou inclusive um índice de “Vida Boa”, com 40 indicadores usados para medir o bem-estar da população, reforçando a importância desses momentos simples e significativos no cotidiano dos cidadãos.
Como acontece com o hygge e a saudade, várias culturas carregam termos únicos que representam emoções ou hábitos difíceis de traduzir com precisão. Veja alguns deles:
Sobremesa (espanhol): o costume de permanecer à mesa após as refeições para conversar.
Continua depois da publicidade
Kilig (tagalog): a sensação de frio na barriga ao se apaixonar.
Rè nao (chinês): um ambiente animado, barulhento de forma positiva.
Tarab (árabe): o estado de êxtase causado pela música.
Continua depois da publicidade
Nun-tchi (coreano): a habilidade de perceber intenções e sentimentos alheios com sensibilidade.
Essas expressões reforçam que o idioma é um espelho da cultura de cada país, e que, muitas vezes, é preciso mais do que palavras para compreender tudo o que um povo sente, valoriza e compartilha.