Estudos indicam que o cranberry pode proteger o trato urinário e reduzir o risco de doenças renais crônicas / Freepik
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Originária da América do Norte, a cranberry, também conhecida como mirtilo vermelho, é uma fruta que vem chamando atenção pelos benefícios à saúde dos rins e do sistema urinário.
Mesmo sendo pouco consumida no Brasil, ela tem se destacado por conter compostos que ajudam a combater infecções urinárias e reduzir o estresse oxidativo no organismo, um dos fatores ligados a doenças renais.
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Os rins têm funções vitais: filtram impurezas do sangue, mantêm o equilíbrio de água e minerais no corpo e eliminam toxinas pela urina. Estima-se que eles filtrem cerca de meia xícara de sangue por minuto.
Quando esse processo é afetado, o funcionamento de todo o corpo pode ser comprometido. Infecções urinárias mal cuidadas, por exemplo, podem atingir os rins e causar complicações.
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A cranberry pode ajudar justamente nesse ponto: ela possui proantocianidinas, substâncias que dificultam que a bactéria Escherichia coli, principal causadora das infecções, se fixe nas paredes do trato urinário.
“Isso pode ajudar na prevenção de infecções urinárias em pessoas que já tiveram o problema mais de uma vez”, explicou a médica clínica e especialista em nutrição Analía Yamaguchi, em entrevista ao jornal La Nación.
“Mas ainda não há evidências de que o efeito seja o mesmo em pacientes internados”, acrescentou.
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Conheça também quatro maneiras de cuidar dos rins das crianças desde a infância.
De acordo com uma revisão da Cochrane Database of Systematic Reviews, o uso de cranberry em cápsulas, sucos ou extratos pode ajudar a diminuir a frequência de infecções urinárias. O efeito foi mais evidente em mulheres, crianças e pessoas que usam sondas.
Já uma pesquisa feita na Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, indicou que a fruta também altera o pH da urina, tornando o ambiente menos favorável para bactérias como a E. coli.
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Ainda assim, a médica lembra que a cranberry não substitui o tratamento com antibióticos. Seu uso deve ser complementar. “Esses produtos devem ser usados como parte de um tratamento e não como única forma de combate à infecção”, ressaltou Analía.
Outro destaque da cranberry é sua alta concentração de antioxidantes. Esses compostos combatem os radicais livres, que surgem quando os rins processam resíduos e podem acelerar o surgimento da doença renal crônica (DRC).
Estudos publicados na National Library of Medicine e no Food & Function Journal mostram que a fruta contém polifenóis, antocianinas e flavonoides, todos com potencial anti-inflamatório e protetor contra o estresse oxidativo.
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Dados do Estudo sobre a Carga Global de Doenças indicam que 1 em cada 10 pessoas no mundo convive com DRC, condição que também está associada a doenças cardiovasculares e ao envelhecimento precoce.
Além dos efeitos diretos sobre os rins, os mirtilos vermelhos também podem ajudar a equilibrar a flora intestinal. Um estudo da Universidade de Massachusetts Amherst mostrou que certos carboidratos presentes no cranberry agem como prebióticos, alimentando bactérias benéficas do intestino.
Como já se sabe que o intestino e os rins estão interligados, o impacto da cranberry na microbiota também pode refletir positivamente na saúde renal.
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Apesar de tudo isso, Analía Yamaguchi destaca que não existe um alimento único capaz de prevenir doenças por conta própria:
“Não existe um superalimento milagroso, mas sim um padrão alimentar saudável. Todas as frutas e hortaliças fazem bem aos rins, pois oferecem potássio, minerais, vitamina C e muitos outros nutrientes. O segredo é consumir tudo com moderação”, disse ela.