Qual foi o conclave mais longo e o mais curto da história da Igreja / Divulgação/ Vatican News
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A eleição de um novo Papa, realizada durante um conclave, é um momento crucial para a Igreja Católica e atrai a atenção mundial.
Esses encontros do Colégio de Cardeais, realizados em isolamento na Capela Sistina, no Vaticano, podem variar drasticamente em sua duração.
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Compreender qual foi o conclave mais longo e o mais curto da história da Igreja, bem como os motivos por trás dessas diferenças, oferece uma perspectiva sobre a evolução da instituição e os desafios enfrentados em diferentes épocas.
O Diário explicou como funciona o Conclave. Entenda mais.
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Um conclave (do latim cum clave, "com chave") é a reunião dos cardeais da Igreja Católica com o propósito de eleger o Bispo de Roma, o Papa, sucessor de São Pedro.
A prática de isolar os cardeais eleitores visa protegê-los de influências externas e acelerar a decisão. As regras que governam os conclaves evoluíram significativamente ao longo dos séculos.
Inicialmente, a eleição do Bispo de Roma seguia costumes variados, envolvendo clero e povo. Contudo, para evitar interferências e longas vacâncias da Sé Apostólica (o período em que não há Papa, conhecido como Sé Vacante), o processo foi gradualmente restrito aos cardeais.
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O Segundo Concílio de Lyon, em 1274, com a constituição apostólica Ubi periculum do Papa Gregório X, formalizou muitas das regras do conclave, incluindo o isolamento estrito, motivado pela experiência do próprio Gregório X, eleito após o conclave mais longo da história.
Modificações posteriores continuaram a refinar o processo, buscando um equilíbrio entre deliberação cuidadosa e a necessidade de uma liderança para a Igreja.
A história dos conclaves registra uma ampla variação em sua extensão, refletindo as complexidades políticas e eclesiásticas de cada período.
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O título de conclave mais longo da história da Igreja pertence à eleição que ocorreu em Viterbo, Itália, entre 1268 e 1271.
Após a morte do Papa Clemente IV, os cardeais levaram dois anos, nove meses e dois dias para eleger Teobaldo Visconti, que tomou o nome de Gregório X.
A demora foi causada por profundas divisões políticas entre os cardeais, influenciados por facções que apoiavam diferentes potências europeias, especialmente Carlos de Anjou.
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A situação tornou-se tão insustentável que os cidadãos de Viterbo, exasperados, recorreram a medidas drásticas: primeiro, trancaram os cardeais no palácio papal; depois, removeram o teto do edifício e, finalmente, restringiram severamente suas rações alimentares para forçar uma decisão.
Em contraste, um dos conclaves mais curtos da história foi o que elegeu o Papa Júlio II em 1º de novembro de 1503.
Este conclave durou apenas algumas horas, com Giuliano della Rovere sendo eleito quase por unanimidade já no primeiro escrutínio. A rapidez deveu-se, em grande parte, à sua forte candidatura e a negociações prévias bem-sucedidas.
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Outros conclaves notavelmente curtos incluem o de 1939, que elegeu o Papa Pio XII em menos de 24 horas e após apenas três votações, em um contexto de iminente guerra mundial, e o de 1276, que elegeu o Papa Inocêncio V também em um único dia.
Diversos elementos podem influenciar o tempo que os cardeais levam para escolher um novo Pontífice. A análise histórica revela padrões e dinâmicas recorrentes:
Oito cardeais brasileiros participam do conclave. Saiba mais detalhes.
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As experiências dos conclaves mais longos e mais curtos demonstram a complexa interação de fatores humanos, políticos e espirituais na escolha do líder da Igreja Católica.
Embora as regras modernas busquem otimizar o processo, a deliberação e a busca por consenso entre os cardeais permanecem centrais, tornando a duração de cada conclave um evento singular e, por vezes, imprevisível.
A história dos conclaves, com seus recordes de duração, oferece um vislumbre fascinante dos desafios e das dinâmicas internas da Igreja Católica ao longo dos séculos.
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Desde a extenuante eleição de Viterbo até as rápidas escolhas como a de Júlio II, cada conclave reflete as tensões e as esperanças de seu tempo, sublinhando a adaptabilidade e a continuidade de uma das instituições mais antigas do mundo.