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Conclave em alta: como a escolha do papa virou negócio de milhões nas bolsas de apostas

Durante séculos, apostas em papas foram punidas com excomunhão. Hoje, conclaves movimentam milhões em plataformas internacionais

Bruna Lima

Publicado em 13/05/2025 às 20:54

Atualizado em 13/05/2025 às 20:54

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Desde o século XV, as apostas em conclaves e na vida de pontífices movimentam dinheiro pela Europa / Reprodução/ Divulgação

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Apostas em quem será o próximo papa são um tradição há pelo menos 500 anos. Desde o século XV, as apostas em conclaves e na vida de pontífices movimentam dinheiro pela Europa, movimentando casas bancárias em Roma. 

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O primeiro registro de apostas em candidatos de eleições papais foi no conclave de 1503, embora alguns historiadores considerem que a prática é ainda mais antiga. Em 1419, a República de Veneza proibiu as apostas na vida do papa e cancelou todas as apostas feitas. 

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No século XVI, os bancos romanos já aceitavam apostas em tempo real e empregavam mensageiros para entregar bilhetes de apostas, os apostadores acompanhavam atentamente as probabilidades conforme os rumores dentro do Vaticano se espalhavam pelas ruas. 

Durante o conclave de 1549-50, banqueiros ofereceram até quais o cardeais mais prováveis de serem eleitos. Segundo relatos, existiam “insider trading”, assistentes dos cardeais que vazavam informações sobre quais eram os favoritos. 

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A Igreja não aceitou as apostas por tanto tempo. Em 1591, o Papa Gregório XIV excomungou quem apostasse na vida dos papa ou quanto tempo duraria um conclave. A regra durou até 1918, quando foi revogada por Bento XV. 

No século XIX, as apostas voltaram com força, especialmente na Itália. O New York Times relatou que, em 1878, o povo apostava até em números da loteria relacionados à morte do Papa Pio IX. 

Já no século XX, com o conclave de 1903, o governo italiano apostou 900 mil euros na morte do Papa Leão XIII. Nesta época, os palpites chegaram até a casas de apostas britânicas.

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Maior mercado de apostas não esportivas

As apostas se expandiram até a Irlanda, no século XXI, a maior casa de apostas do país, Paddy Power, passou a aceitar apostas do sucessor do Papa João Paulo II cinco anos antes de sua morte. Durante o conclave de 2005, o cardial Ratzinger começou com odds de 12 para 1, mas virou favorito com 3 para 1 pouco antes de ser eleito Bento XVI. 

O proprietário da casa foi expulso da Praça de São Pedro antes do conclave de 2005. Segundo ele, as apostas no conclave em seu estabelecimento era o maior mercado de apostas não esportivas, movimentando mais de 350 mil euros, um recorde. 

No Brasil, a prática de apostas é permitida apenas em duas categorias, eventos reais de temática esportiva e jogos virtuais com resultado aleatório, como loterias. 

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O conclave mais recente, que elegeu o Papa Leão XIV, movimentou mais de 33 milhões de dólares na Polymarket, uma das principais plataformas de bolsa de apostas. O atual Papa não estava entre os favoritos dos apostadores. 

O Diário contou quais as diferenças do filme 'Conclave' em relação à realidade. Saiba detalhes.
 

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