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Durante séculos, apostas em papas foram punidas com excomunhão. Hoje, conclaves movimentam milhões em plataformas internacionais
Desde o século XV, as apostas em conclaves e na vida de pontífices movimentam dinheiro pela Europa / Reprodução/ Divulgação
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Apostas em quem será o próximo papa são um tradição há pelo menos 500 anos. Desde o século XV, as apostas em conclaves e na vida de pontífices movimentam dinheiro pela Europa, movimentando casas bancárias em Roma.
O primeiro registro de apostas em candidatos de eleições papais foi no conclave de 1503, embora alguns historiadores considerem que a prática é ainda mais antiga. Em 1419, a República de Veneza proibiu as apostas na vida do papa e cancelou todas as apostas feitas.
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No século XVI, os bancos romanos já aceitavam apostas em tempo real e empregavam mensageiros para entregar bilhetes de apostas, os apostadores acompanhavam atentamente as probabilidades conforme os rumores dentro do Vaticano se espalhavam pelas ruas.
Durante o conclave de 1549-50, banqueiros ofereceram até quais o cardeais mais prováveis de serem eleitos. Segundo relatos, existiam “insider trading”, assistentes dos cardeais que vazavam informações sobre quais eram os favoritos.
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A Igreja não aceitou as apostas por tanto tempo. Em 1591, o Papa Gregório XIV excomungou quem apostasse na vida dos papa ou quanto tempo duraria um conclave. A regra durou até 1918, quando foi revogada por Bento XV.
No século XIX, as apostas voltaram com força, especialmente na Itália. O New York Times relatou que, em 1878, o povo apostava até em números da loteria relacionados à morte do Papa Pio IX.
Já no século XX, com o conclave de 1903, o governo italiano apostou 900 mil euros na morte do Papa Leão XIII. Nesta época, os palpites chegaram até a casas de apostas britânicas.
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As apostas se expandiram até a Irlanda, no século XXI, a maior casa de apostas do país, Paddy Power, passou a aceitar apostas do sucessor do Papa João Paulo II cinco anos antes de sua morte. Durante o conclave de 2005, o cardial Ratzinger começou com odds de 12 para 1, mas virou favorito com 3 para 1 pouco antes de ser eleito Bento XVI.
O proprietário da casa foi expulso da Praça de São Pedro antes do conclave de 2005. Segundo ele, as apostas no conclave em seu estabelecimento era o maior mercado de apostas não esportivas, movimentando mais de 350 mil euros, um recorde.
No Brasil, a prática de apostas é permitida apenas em duas categorias, eventos reais de temática esportiva e jogos virtuais com resultado aleatório, como loterias.
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O conclave mais recente, que elegeu o Papa Leão XIV, movimentou mais de 33 milhões de dólares na Polymarket, uma das principais plataformas de bolsa de apostas. O atual Papa não estava entre os favoritos dos apostadores.
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