Oscilações emocionais imprevisíveis podem transformar relações em montanhas-russas reconhecer os sinais é o primeiro passo para se proteger / Freepik
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A instabilidade emocional vai muito além de simples variações de humor. Ela pode assumir o controle, afetar a autoestima, comprometer decisões e abalar relacionamentos — e só é possível se proteger desse impacto quando se aprende a identificá-la. Algumas frases, repetidas de forma recorrente, funcionam como sinais de alerta.
Se você conhece alguém cujas emoções mudam num piscar de olhos — ora carinhoso e expansivo, ora distante e gelado — talvez já tenha experimentado essa montanha-russa. Em um instante, você se sente essencial para essa pessoa; no seguinte, parece alguém que ela não hesitaria em descartar. Nesse cenário, pode ser um forte indício de instabilidade emocional.
O que é instabilidade emocional
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A instabilidade emocional é cheia de contradições que confundem e podem causar grande destruição. Ela faz você se perguntar: “O que eu fiz de errado?”, “Por que ele(a) está agindo assim?”, “Ele(a) mudou ou sou eu que não entendo mais nada?”. Pode se tratar de um parceiro, uma amiga, um parente — ou até de você mesma. Em todo caso, esse mundo de sinais confusos é como caminhar sobre gelo fino.
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Todos temos dias difíceis e vivenciamos oscilações emocionais. Porém, quando certos comportamentos se tornam recorrentes, eles podem apontar para um quadro de instabilidade emocional. A plataforma australiana de aconselhamento psicológico Talked resumiu os sinais em 7 pontos:
Ser emocionalmente instável não significa necessariamente estar doente — embora oscilações extremas de humor possam indicar Transtorno de Personalidade Emocionalmente Instável (TPEI) ou Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), casos em que a terapia é recomendada.
A psiquiatra Ana Beatriz Barbosa explica mais sobre o que é uma personalidade Borderline:
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No entanto, se suas emoções mudam constantemente, isso é desconfortável tanto para você quanto para quem está ao seu redor. Quando o corpo se sente desprotegido, entra em estado de estresse e falta-lhe segurança e confiança — e isso destrói o bem-estar.
Palavras também podem revelar a instabilidade emocional. Como explica a psicóloga Anna Maria Sepe: “As palavras nunca são aleatórias. Elas refletem a forma como nosso sistema nervoso processa as emoções.”
A análise da linguagem muitas vezes revela mais do que o comportamento em si. É possível identificar instabilidade emocional por meio de padrões repetitivos de fala e expressão.
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Uma frase cheia de desejo e medo ao mesmo tempo. A parte emocional quer agir, mas a racional freia. À primeira vista, parece uma contradição lógica. Quem diz isso tende a se aproximar quando sente afeto, mas se afastar quando sente medo. Claro, isso não indica necessariamente um transtorno — todos nós vivemos momentos ambíguos em que desejamos algo e, ao mesmo tempo, tememos. É humano.
Essa frase revela a incapacidade de reconhecer as próprias necessidades. A pessoa critica tudo antecipadamente, porque, se nada está bom, não há risco de fracasso ou decepção depois. É um mecanismo de defesa. O problema é que a frustração não desaparece — ela se acumula.
Uma frase normal — até certo ponto. O problema surge quando ela é repetida com frequência.
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“Ao repetir essa frase, a pessoa evita assumir responsabilidade pelo que diz. Mentalmente, reescreve a realidade para não se sentir culpada... mas isso gera confusão e faz o outro se sentir desvaloizadro”, explica a psicóloga.
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Um clássico mecanismo de negação. A pessoa machuca alguém — sabe disso — e logo transfere a culpa para a vítima. A responsabilidade deixa de ser de quem falou e passa a ser de quem se sentiu ferido. “A culpa é sua por se ofender.” Essa é uma forma de autoproteção: o emocionalmente instável evita lidar com o desconforto que causou, preferindo negar sua responsabilidade.
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Segundo a psicóloga Anna Maria Sepe, culpar terceiros pelo próprio estado emocional é um comportamento comum em pessoas que ainda não desenvolveram pleno autocontrole.
O problema é que, quando o bem-estar fica refém de fatores externos, qualquer relação passa a funcionar como um verdadeiro campo minado — instável, imprevisível e sempre à beira de uma explosão emocional.