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Cirurgia para mudar a cor dos olhos vira febre entre adolescentes

Influenciados por Maya Massafera, jovens procuram técnicas de alto risco não recomendadas por especialistas nem regulamentadas no Brasil

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 24/06/2025 às 14:02

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Maya Massafera passou por uma ceratopigmentação a laser com femtosegundo, um dos métodos mais modernos e menos invasivos / Reprodução/Instagram

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A recente revelação de Maya Massafera sobre sua mudança na cor dos olhos tem causado uma verdadeira corrida aos consultórios oftalmológicos por parte de adolescentes. A influenciadora digital apareceu nas redes sociais com olhos verdes e revelou ter passado por uma cirurgia estética, o que gerou um aumento na busca por procedimentos semelhantes, mesmo com os riscos envolvidos.

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De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor executivo do Instituto Penido Burnier em Campinas (SP), atualmente existem três técnicas para alterar a cor dos olhos: ceratopigmentação, despigmentação da íris com laser (LID) e implante de íris artificial colorida. No entanto, nenhuma dessas técnicas é recomendada para fins estéticos pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) nem pela Academia Americana de Oftalmologia (AAO), devido aos altos riscos à saúde ocular.

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Como foi feita a cirurgia de Maya Massafera

Segundo Queiroz Neto, Maya Massafera passou por uma ceratopigmentação a laser com femtosegundo, um dos métodos mais modernos e menos invasivos. A técnica consiste em criar um canal na córnea para inserir um pigmento biocompatível, alterando a aparência da íris. Apesar de ser considerada mais precisa, a cirurgia pode causar fotofobia intensa, exigindo o uso de óculos escuros por semanas.

Além da versão a laser, a ceratopigmentação também pode ser feita de forma lamelar, entre as camadas da córnea, ou epitelial, sobre a superfície, sendo esta última mais sujeita ao desbotamento.

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Embora não seja indicada para estética, a ceratopigmentação é usada para tratar leucomas, cobrir defeitos congênitos da íris ou camuflar olhos sem função visual, auxiliando na autoestima de pacientes.

Riscos associados

Os principais riscos do procedimento incluem:

  • Perda de transparência da córnea
  • Infecções e inflamações crônicas
  • Fotofobia permanente
  • Dificuldade em transplantes de córnea futuros
  • Resultado estético irregular

Outras técnicas perigosas

A despigmentação da íris com YAG laser, ainda experimental, tenta clarear a íris original removendo sua camada superficial. A prática não é regulamentada pela Anvisa nem pela FDA. Os riscos incluem glaucoma pigmentar, manchas, fotofobia e aumento da pressão intraocular.

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Já o implante de íris artificial é indicado apenas em casos médicos específicos, como albinismo, lesões oculares e ausência de íris. A técnica envolve a inserção de uma prótese de silicone no interior do olho, mas não deve ser usada com fins estéticos, segundo o especialista.

“O único método seguro para mudar a cor dos olhos continua sendo o uso de lentes de contato coloridas, que hoje contam com versões confortáveis e seguras”, conclui Queiroz Neto.

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